O dia seguinte

Terminou a eleição e agora o que interessa é o depois. O dia seguinte. O que vem agora e o que realmente interessa ao país e à nação brasileira. Já não há que indagar de que lado fomos e em quem votamos. Tem sentido a conclusão de Pascal. Nossas ações e decisões buscam a felicidade, mesmo quando erram ou se apresentam exdrúxulas ou contraditórias para o nosso entendimento. Diferenças à parte, não há que tripudiar sobre quem não ganhou. Continuamos sendo uma só nação que quis e quer o bem de todos.

É hora de desarmar os espíritos, pacificar o antagonismo e construir o projeto nacional. No horizonte de tudo, há que estar o bem comum. Lembro que escrevi, quando Jair Messias Bolsonaro foi eleito em 2018, que ele era nosso presidente e que deveríamos torcer por um bom governo. Agora, digo o mesmo. Que Luiz Inácio Lula da Silva, nosso presidente, faça um bom governo. Suas bandeiras de campanha e suas pregações fincaram-se em alguns pontos absolutamente importantes. São eles, o combate à fome, a defesa da democracia, a paz com inclusão social, o acesso universal ao ensino e à universidade e o desevolvimento sustentável com atenção à questão climática. Há outros temas de profundo sentido civilizatório como o respeito aos povos originários e o combate arbítrio e ao racismo que tem vitimado nossos irmãos negros e quilombolas. É mais ou menos o que foi tema no debate eleitoral.

O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” que me acompanha há anos, sabe que essa agenda me agrada e me empolga. Desde meus mais tenros anos, aprendi que somos todos iguais. No seminário, os padres reforçaram essa visão humana e lhe acrescentaram a dimensão espiritual no mandamento maior do cristianismo que é: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Deflui daí que nossa liberdade respeita a liberdade do outro. Que venha o governo que todos queremos. Que venha o dia seguinte.

(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).