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Saúde

Nutricionista alerta para o problema do sobrepeso das crianças e adolescentes

27/05/2019 10H48

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A obesidade e o sobrepeso em crianças e adolescentes vem preocupando pesquisadores, pois tal público está apresenta doenças antes dos adultos. Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente e Marília, mostrou que adolescentes com sobrepeso apresentam o mesmo risco de doença cardiovascular que jovens obesos. Até então o sobrepeso na adolescência não era considerado um fator de risco tão importante.

Neste sentido a nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde, Fernanda Bertelis Marine, alerta a importância do papel da família na orientação alimentar. “Observamos que estamos seguindo para uma alimentação industrializada, pois na correria do dia a dia é mais fácil preparar um macarrão com extrato e massa industrializada, do que fazer o molho com tomates frescos. Hoje nossa falta de tempo nos leva para temperos industrializados, os empanados e muitos outros alimentos processados e ultraprocessados”, alertou.

O estudo realizado em São Paulo teve apoiado da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp), foi desenvolvido com 40 adolescentes com idades entre 10 e 17 anos e comparou resultados de testes cardíacos entre grupos de obesos e com excesso de peso. Os resultados foram publicados na revista científica Cardiology in the Young.

“Já sabemos que adolescentes obesos têm alto risco de desenvolver, mais futuramente, uma doença cardiovascular como hipertensão; dislipidemia, que inclui aumento nos triglicérides e aumento no colesterol HDL no sangue; desenvolver diabetes, AVC, infarto. Mas quando comparamos essas variáveis fisiológicas entre o grupo obeso e com sobrepeso a resposta deles foi idêntica”, disse Vitor Engrácia Valenti, professor da Unesp de Marília e coordenador da pesquisa.

Ainda segundo a nutricionista do município, Umuarama conta com o programa Saúde na Escola e também está se cadastrando no programa Crescer Saudável, que vai atender a parte nutricional individual dentro da escola. Porém Fernanda ressalta que os hábitos alimentares precisam ser mudados dentro de casa.

“Os hábitos dos pais ou até mesmo da família vão refletir na criança. O pai e a mãe querem que o filho coma saudável, mas os pais não comem. Também estamos num momento em que a indústria alimentícia vende um alimento como se fosse saudável, mas quando olhamos o rotulo não tem nada de saudável”, ressaltou.

ORIENTAÇÃO

Retomar os alimentos naturais é a melhor forma de ter problemas com a obesidade, orientou a nutricionista. “Sempre priorizar o alimento saudável, tire o máximo de industrializados ou alimentos processados do seu cardápio. Quanto mais naturais, mais saúde. Levar o alimento natural para mesa, não deixar faltar frutas, verduras e legumes. Para ajudar a driblar a correria do dia, a dica é deixar tudo lavado para semana e armazenado corretamente, também é bom optar pelos integrais e não esqueça de tomar água”, informou.

ALERTA

A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017 e feita pelo Ministério da Saúde, aponta que quase um em cada 5 (18,9%) brasileiros são obesos e que mais da metade da população das capitais brasileiras (54%) estão com excesso de peso. A partir de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a conclusão é de que o país tem cerca de 35% de crianças com sobrepeso e 15% obesas.