Cotidiano

INVESTIGAÇÃO

Narcotráfico seria pano de fundo para execução na avenida Portugal em Umuarama

06/04/2022 16H18

Jornal Ilustrado - Narcotráfico seria pano de fundo para execução na avenida Portugal em Umuarama
Jovem foi morto quando dirigia uma Mercedes pela Avenida Portugal em Umuarama

A Polícia Civil está investigando a execução que resultou na morte de um homem de 21 anos e em uma mulher de 23 anos gravemente ferida, ocorrida na avenida Portugal, no Parque Bandeirantes, em Umuarama, no fim da tarde de segunda-feira (4).

Narcotráfico

Entre as hipóteses levantadas até o momento pela polícia, a que vem ganhando mais força é que o crime possa ter sido motivado pelo possível envolvimento da vítima fatal, Gustavo Batista Cardoso, com o narcotráfico em Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, onde o casal reside.

Segundo o delegado-chefe da 7ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, Cardoso e a esposa Raíssa Gabrielli Batista Almeida, estariam em Umuarama a muito pouco tempo em um imóvel próximo ao bairro onde houve o crime.

“Eles estavam nesse imóvel, mas o local não é mobiliado, tem apenas geladeira e colchão, o que nos indica que poderiam estar aqui de passagem e não com a intenção de fixar residência”, explicou. O casal tem uma loja de roupas em Mundo Novo, distante 139 km de Umuarama, o que reforça a tese investigada.

Antecedentes

Segundo a polícia Gustavo Cardoso seria o principal suspeito de tentar contra a vida de uma mulher em Mundo Novo no dia 2 de fevereiro último e também acumularia uma passagem por lesão corporal no âmbito da Lei Maria da Penha (violência doméstica) ocorrida em novembro de 2021, também na cidade sul-matogrossense.

Matadores

Agora a Polícia Civil investiga em parceria com a Polícia Civil de Mundo Novo se os matadores também são oriundos do Estado vizinho. O que se tem de concreto é que um Chevrolet Colbat branco foi usado pelos atiradores e encontrado a cerca de 5 km do local da execução.

Incendiado

Aos policiais militares, a vítima sobrevivente relatou que o carro usado pelos atiradores seria um sedã branco. Uma testemunha viu o carro sendo abandonado no local por um homem que teria fugido a pé. A suspeita é que ele tenha pego outro veículo ainda não identificado para continuar a fuga. Câmeras de segurança chegaram a registrar o Cobalt seguindo em alta velocidade sentido ao local onde foi abandonado.

O veículo foi incendiado e deixado em um terreno no bairro Parque Metropolitano. Populares acionaram o Corpo de Bombeiros para apagar as chamas. O carro foi guinchado até o pátio da delegacia da Polícia Civil e passou por perícia.

O laudo deve indicar se o chassi do veículo corresponde a placa encontrada. A polícia aguarda para saber se o veículo seria um ‘clone’ de outro legalizado ou seria um ‘piseirinho’, termo usado para designar carros com financiamentos que são repassados para diversos donos, mas sem alteração da documentação.

Sobrevivente

Raíssa Almeida, esposa de Gustavo Cardoso, sobreviveu ao atentado. Ela foi atingida por dois disparos de arma de fogo. Um acertou um dos olhos e o outro se alojou na região abdominal. Mesmo ferida a jovem conseguiu sair do veículo, correr e cair junto a calçada de um imóvel próximo. Residentes acionaram a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A mulher segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Cemil.

A execução

Segundo os vestígios deixados no local, o carro da vítima, um Mercedes A200 seguia pela rua Vereador Arecídio Cassiano sentido a avenida Portugal. Quando chegou até a ciclovia, os ocupantes teriam sido surpreendidos pelos atiradores,que parearam o Cobalt em que estavam e o passageiro do banco do carona efetuou os 15 disparos de pistola nove milímetros contra o carro da vítima. 
Os disparos foram concentrados no vidro da porta do motorista e muitos chegaram a sair pelo vidro do lado do passageiro. Ao menos 10 dos disparos atingiram Gustavo Cardoso, que morreu na hora. Dois tiros atingiram Raíssa. 
O veículo das vítimas acelerou, atravessou a avenida e parou somente ao bater em um barranco, ao lado da entrada de uma chácara de lazer.