Umuarama

Levantamento

Mortes em Umuarama crescem 82% durante a pandemia

02/08/2021 09H15

mortes-covid-umuarama

A pandemia do coronavírus começou a desacelerar com imunização da população, mas os números deixados pela covid-19, nos mais de 12 meses afetando a sociedade, devem ser lembrados como alerta. Uma das mudanças observadas com a nova doença, foi o crescimento de mortes em Umuarama nos primeiros seis meses de 2021, totalizando 669 óbitos. O registro é superior as 367 falecimentos anotadas em 2019, no mesmo período.

Quando levantado apenas as mortes por covid-19, nos primeiros seis meses de 2021 Umuarama anotou 184 óbitos. Entretanto antes de se transformarem em dados, os falecimentos pela doença transmitida pelo novo coronavírus foram pais, mães, tias, tios, filhos, primos, avós e amigos que perderam a luta contra SarsCoV-2 e deixaram um vazio. Esse luto “complicado” precisará ser trabalhado por toda sociedade, ressaltou o secretário Estadual de Saúde, Beto Preto, na manhã de sexta-feira em Umuarama. “Não são apenas números, são pessoas que morreram”, enfatizou.

Ainda conforme os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, em 2019 morreram 367 umuaramenses nos primeiros seis meses do ano, em 2020 o número de óbitos apresentou ligeira alta com 438 registros e em 2021 entre janeiro e junho foram 669 mortes. Além dos falecimentos os cartórios do Paraná registram um primeiro semestre com menos nascimentos da história. Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica.

Sobre as mortes por covid-19 em Umuarama, entre janeiro e junho de 2021 foram 184 registros, porém, com os números de julho até o dia 30 os óbitos saltam para 237 e a cidade contabiliza o total de 294 mortes por covid-19. Em relação aos tipos de morte do total no ano, o jornal Umuarama Ilustrado não conseguiu acesso à informação.

MORTOS E NASCIDOS

Em números absolutos os cartórios paranaenses registraram 60.050 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 83,5% maior que a média histórica de óbitos no Estado, e 66,5% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no Estado. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 70,4%.

Com relação aos nascimentos, o Paraná registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 73.930 nascimentos, número 7,9% menor que a média de nascidos no Estado desde 2003, e 4,5% menor que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 10,6% no Paraná.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Estado.

“O Portal da Transparência do Registro Civil possibilita que toda a sociedade se dê conta da dimensão dos fatos ocorridos durante o passar dos anos, ainda mais nesta situação peculiar da pandemia. É de extrema importância para que medidas sejam tomadas pelo Poder Público diante da nova realidade populacional para os próximos anos ”, comenta a presidente do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR), Elizabete Regina Vedovatto.

Muito mais que números

A matéria que traz o número de crescimento de mortes dos últimos três anos se torna uma abertura para outros materiais, nos quais, o Jornal Umuarama Ilustrado vai prestar uma homenagem às vidas perdidas na pandemia do coronavírus. Muito mais que números, os umuaramenses que faleceram com a doença foram membros da sociedade e deixaram uma marca em suas famílias e amigos.