Cotidiano

OPERAÇÃO RADAR

Morte em Altônia é ponto de partida para chegar a organização criminosa nacional

09/11/2018 19H02

OPERAÇÃO RADAR Morte em Altônia é ponto de partida para chegar a organização criminosa nacional
Os mandados foram cumpridos em Altônia por equipes das polícias Civil, Militar e Guarda Municipal de Altõnia (foto Umuarama News)

Altônia – A elucidação de um homicídio em Altônia foi o ponto de partida para a Polícia Civil descobrir a existência de uma organização criminosa especializada em roubos de cargas ilícitas de atuação nacional.

Segundo o delegado de Altônia, Reginaldo Caetano, a quadrilha instala de forma clandestina rastreadores em veículos carregados com cargas como cigarros e drogas. Com o monitoramento, os integrantes conseguem roubar a carga ilícita. “Os roubos normalmente ocorrem no interior de São Paulo, mas como são cargas ilícitas não são comunicadas à polícia”, explicou Caetano.

PIRATAS DO ASFALTO

De acordo com o delegado, indicativos levantados pela polícia durante as investigações, apontam que ao menos três roubos foram realizados pela quadrilha nos últimos 60 dias. Ainda segundo Caetano, a polícia já sabe da existência de ao menos sete integrantes da organização localizados no Paraná, Santa Catarina e São Paulo (interior e Capital).

PORTA DE ENTRADA

Altônia, que é cortada pelos rios Paraná e Piquiri, é conhecida por ser a porta de entrada de contrabando e drogas que vêm do Mato Grosso do Sul e do Paraguai, através de portos clandestinos existentes nas margens dos rios.

A cidade também acumula um dos maiores índices de homicídios do Estado. Somente nos primeiros seis meses de 2018 foram oito execuções. Em todo o ano de 2017, oito pessoas perderam a vida por homicídio doloso no Município. Os dados constam no Relatório Quantitativo de Vítimas de Crimes Relativos a Mortes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

“A intenção é focar as investigações para chegar aos mandantes e também para diminuir a quantidade de homicídios em Altônia, que é um dos maiores considerando a população da cidade”, explicou Caetano.

OPERAÇÃO RADAR Morte em Altônia é ponto de partida para chegar a organização criminosa nacional
A Operação Radar foi deflagrada no início da manhã de sexta-feira (9) sob o comando do delegado de Altônia, Reginaldo Caetano (foto Umuarama News)

OPERAÇÃO RADAR

A Operação Radar, deflagrada na manhã de sexta-feira (9) pela Polícia Civil em Altônia, visava prender os dois suspeitos apontados pela polícia como executores de Jean de Souza Oliveira, 22 anos. Ele é apontado pela polícia como integrante da organização criminosa e seria um dos responsáveis pela instalação dos rastreadores nos veículos marcados para serem roubados pela quadrilha.

Oliveira foi encontrado morto a tiros junto a sua moto na estrada Massapé, próximo ao distrito de Jardim Paredão, em Altônia, no último dia 5 de outubro. “Agora vamos atuar para identificar os mandantes deste crime”, salientou o delegado.

A suspeita do delegado Caetano é que ao menos outras duas mortes ocorridas entre 2017 e 2018 no Município possam estar relacionadas a atuação desta quadrilha.

MANDADOS CUMPRIDOS

A Operação Radar cumpriu oito dos nove mandados, sendo sete de busca e apreensão e dois de prisão. O suspeito detido e uma parente do outro envolvido no crime foram autuados em flagrante por tráfico de drogas. No total foram 761 gramas de maconha apreendidas, além de balanças de precisão, aparelhos celulares, rádio comunicadores e notebooks.

No total 28 policiais entre civis, militares e guardas municipais participaram da operação, denominada radar em referência a forma de atuação da organização criminosa que rastreia e monitora cargas ilícitas.

OPERAÇÃO RADAR Morte em Altônia é ponto de partida para chegar a organização criminosa nacional
Durante a Operação Radar a polícia apreendeu maconha, aparelhos celulares, rádios comunicadores e notebooks (foto Umuarama News)