Umuarama

Saúde

Moradora do jardim Modelo é picada por escorpião amarelo em Umuarama

14/03/2019 10H34

Jornal Ilustrado - Moradora do jardim Modelo é picada por escorpião amarelo em Umuarama

Uma moradora do Jardim Modelo de Umuarama foi picana por escorpião amarelo, na última segunda-feira (11). Segundo a mulher, ela havia acabado de tomar banho e quando pegou a toalha para se enxugar sentiu a picado do animal.

Ao ver que se tratava de um escorpião amarelo, a umuaramense seguiu até o Pronto Atendimento (PA) onde foi medicada e acompanhada por um período. Três dias após o ocorrido, a vítima passa bem, mas alerta para a quantidade de terrenos abandonados no bairro, como também, a quantidade de entulhos e restos de construção.

Segundo a assessoria da Prefeitura de Umuarama a Vigilância Ambiental foi até a residência e realizou buscas e o trabalhado de bloquei do bairro. Ainda segundo a administração municipal, está sendo realizado o programa Bairro Saudável, que conta com equipes de agentes de saúde, de combate a endemias, fiscais do Código de Postura, comitê de combate à dengue, de Serviços Públicos, da diretoria do Meio Ambiente e de entidades parceiras.

Entretanto, a melhor forma de afastar a possibilidade de acidentes com escorpiões é evitar que se proliferem nas residências e áreas urbanas.

A Secretaria de Estado da Saúde orienta a população sobre os cuidados que devem ser tomados para coibir que a população desses animais cresça. As principais medidas são organizar o quintal e mantê-lo limpo, remover entulhos e sobras de construção, e fechar frestas, colocando telas nos ralos e nas janelas.

Outras recomendações são usar sacos de areia nos vãos das portas e não deixar expostos resíduos orgânicos, já que atraem baratas, um dos alimentos para os escorpiões.

EVITE OS 4AS

O coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, Emanuel Marques da Silva, explica que, para evitar escorpiões, aranhas-marrons e outros animais é preciso eliminar os chamados 4As: abrigo, acesso a este abrigo, alimento e água. “Se nós mudarmos qualquer um destes As, nós teremos um impacto importante sobre a população destes animais. Se o homem é capaz de produzir um ambiente favorável para o escorpião dentro de seu ambiente domiciliar, ele também é capaz de alterar esse ambiente, não deixando-o mais favorável”.

Este é um trabalho que, acrescenta, a Secretaria de Saúde tem feito ao longo dos anos, capacitando os técnicos dos municípios para que orientem a população no controle da proliferação do escorpião amarelo, de forte veneno, e responsável pela maior parte dos acidentes no Estado.

NÚMEROS ESTADUAIS

A Secretaria de Estado da Saúde tem acompanhado a dispersão de escorpiões nos municípios dentro do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos. Em 2018, foram registrados 3144 acidentes – a maior parte no Norte, Oeste e Noroeste do Estado. Das 22 Regionais de Saúde, os maiores números de ocorrências foram registrados nas regionais de Paranavaí (518 casos) e de Maringá (762 casos, 223 deles somente no município de Colorado). Na regional de Curitiba, houve ocorrências na Capital e em Pinhais. Desde o início deste ano até dia 5 de março, foram registrados 456 casos em todo o Estado.

Segundo o coordenador do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, o controle químico não funciona com os escorpiões. “Se funcionasse, não teríamos no Brasil mais de 120 mil acidentes com escorpiões em um ano, número registrado em 2018”, disse.

PICADA

Em caso de uma picada, deve-se procurar a Unidade de Pronto Atendimento ou Posto de Saúde mais próxima o mais rápido possível, principalmente em caso de crianças, para que os danos causados pelo envenenamento sejam minimizados pelo tratamento. O soro antipeçonhento é disponibilizado apenas na Rede SUS.

A picada de um escorpião causa dor imediata, podendo irradiar para o membro e ser acompanhada de adormecimento, vermelhidão e suor. Podem surgir suor excessivo, agitação, tremores, náuseas, vômitos, salivação excessiva, dentre outros sintomas mais graves.

“Como se sente a dor logo após a picada, normalmente você vai ver o animal que picou e saber que foi um escorpião. O perigo que temos com as crianças pequenas é que se elas forem picadas, vão sentir a dor, chorar e não vão saber que bicho picou, por isso é importante monitorar a presença deste animal na sua propriedade”, alerta Emanuel.

CAPTURA

Caso seja encontrado um escorpião em uma residência, ele deve ser capturado ou abatido. É preciso tomar muito cuidado ao capturar um escorpião vivo, pois ele pode se movimentar rapidamente durante uma fuga e se esconder. O ideal é empurrá-lo para dentro de um pote, que será fechado com tampa. Em seguida, este escorpião deve ser levado à Secretaria de Saúde para identificação. Assim será possível avaliar o risco que aquele animal representa para a saúde e tomar as providências para reduzir sua ocorrência.