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Relatos de pessoas que abusaram do uso do medicamento Zolpidem vêm se tornando comum nas redes sociais e sites pela internet. Sonambulismo, compras compulsivas, alucinações e problemas com associação ao uso de álcool são os mais comuns. Como forma de orientar os leitores do Jornal Umuarama Ilustrado, o médico Frederiko Ken Agawa fala sobre o medicamento.
O médico Frederico conta que tanto no atendimento público e particular, além do relato dos colegas de profissão, cada vez mais os pacientes estão chegando às consultas com receitas para serem renovadas de medicamentos para dormir e principalmente o Zolpidem.
“O que observamos foi uma redução dos remédios conhecidos como tarja preta e aumentou os chamados remédios Z, um dos exemplos: o Zolpidem. Observamos uma dependência desses medicamentos e por não ser tarja preta, as pessoas se sentem mais seguras. Porém, todo remédio precisa de orientação e prescrição médica”, alertou.
O medicamento por si só não é um problema, alertou o médico umuaramense, mas o uso inadequado sim. As pessoas não lembram do que fazem, após tomar uma dose elevada da medicação ou associar com bebida alcoólica. Aí está um dos perigos, alertou Agawa.
“Pessoas que abusaram da medicação entraram em transe e realizaram ações inconscientes. Isso é muito perigoso e preocupante, e se no momento do transe realiza algo contra a própria vida e vida de terceiros? É um risco, mas algumas pessoas estão tratando o remédio como se fosse um suplemento vitamínico”, alertou Frederico Agawa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) calcula que, entre 2011 e 2018, a venda do fármaco cresceu 560% no país. A compra do medicamento de fato cresce em ritmo alarmante entre os brasileiros: de 2017 até 2020, por exemplo, aumentou 121,5%, saltando de 10,5 para 23,4 milhões de caixas vendidas. Em 2022, somente nos seis primeiros meses do ano foram 10,6 milhões.
O quadro de dependência e a busca pelos comprimidos para fins recreativos, tem crescido entre os jovens, oferecendo uma série de riscos graves que têm acendido o alerta em hospitais e consultórios. O medicamento tem um tempo certo de uso e com acompanhamento do médico, não pode ser usando como se fosse um complexo vitamínico, afirmou o entrevistado. “Temos muitos exemplos de pessoas, entre essas algumas famosas, abusando do medicamento tanto na quantidade, como associado a álcool e o resultado é terrível. Na internet são inúmeros relatos” enfatizou o médico Frederico.
Lançado no início dos anos 1990, o zolpidem é um fármaco da classe dos hipnóticos (para indução do sono) que deve ser usado por um curto período — no máximo, quatro semanas — por quem tem dificuldades para dormir ou manter o sono por um tempo adequado.
As dicas são fazer atividade física conforme sua possibilidade, pelo menos uma caminhada todos os dias, melhorar a alimentação, tomar bastante água durante o dia e principalmente evite café após o almoço e telas, como televisão, computadores e celulares. “Algumas pessoas vão dormir com o celular na cama, mas isso é muito prejudicial para o sono humano, pois o estímulo luminoso reduz a melatonina, hormônio que ajuda regular o ritmo do sono”, finalizou Frederico Agawa.
