DIA DAS MÃES
Responsável pela internação clínica e controle de infecção do hospital Uopeccan de Umuarama, unidade de referência para atendimento de pacientes com Covid-19 – doença transmitida pelo coronavírus, a médica Carla Andressa Dal Ponte tem uma rotina árdua de trabalho e isolamento social, mas acima de tudo ela é mãe de Lucca Dal Ponte Reggiane de 2 anos.
Em meio aos plantões que se multiplicam há dois meses, quando surgiram os casos suspeitos de Covid-19 em Umuarama, Carla Dal Ponte conseguiu um tempo para falar com o jornal Umuarama Ilustrado e relatar sua rotina profissional e familiar.
A médica atua com uma equipe multiprofissional nos atendimentos de pacientes com Covid-19, ficando frente a frente com a doença que já matou mais de 9 mil brasileiros, desde fevereiro deste ano.
Segundo a Carla, sua rotina de trabalho intensificou com plantões dentro dos leitos de isolamento, onde ficam os pacientes com Covid-19, além da atuação junto as clínicas médicas da instituição e o consultório particular.
“Trabalho de segundo a segunda. Tento arrumar dias de folga para dar atenção à minha família, ao meu marido e filho de dois anos. Passo grande parte do dia fora de casa e quem me dá o suporte é meu marido. Ele é meu porto seguro, pois não tenho contato nem com meus pais, nem sogra ou amigos, meu marido tomou frente de tudo em casa”, explicou.
Na sua luta diária para salvar vidas, a médica está muito próxima do coronavírus e a preocupação com a doença se torna eminente. No início dos atendimentos das pessoas suspeitas de Covid-19, na Uopeccan, ela até conversou com seu marido, que poderia existir a necessidade dela de ficar fora de casa, mas a presença da mãe Carla para o filho Lucca falou mais alto.
“A conduta de higienização fora e dentro de casa foi intensificada. Realizo trocas de roupas, usamos máscaras, higienização entre outros fatores. Minha família, a minha casa é o local onde recupero minhas forças. É por meio do meu filho e do meu marido que reponho as energias para trabalhar no dia seguinte. Eles são meu suporte psicológico. Por meio do carinho deles consigo aliviar minhas angústias e eles me dão forças para continuar no outro dia. Quero que meu filho tenha orgulho de mim, que ele veja quanto cresci como profissional e quanto fui útil para a população nesse momento tão sofrido”, noticiou Carla.
Atuando frente a um vírus que ainda passa por estudos científicos, Carla Dal Ponte conta que se sente lisonjeada em fazer parte da equipe que faz o enfrentamento do Covid-19 em Umuarama.
“Vivenciamos o sofrimento do paciente e devido o isolamento, nos tornamos confidentes desse paciente. Neste momento de isolamento nos tornamos sua família. Essa é uma vivência muito intensa, pois ficamos juntos em isolamento. Mas apesar de todas as dificuldades, conseguimos ter uma relação muito humanizada e isso engrandece toda a equipe”, relatou
A médica Carla Andressa Dal Ponte finaliza orientando os umuaramenses que realizem o isolamento social conforme a possibilidade, não deixem de usar máscaras e evite as aglomerações. Tudo isso, no sentido de Umuarama continuar apresentando baixa incidência de transmissão de coronavírus.
“Sei que nesse Dia das Mães todo mundo queria estar junto dos familiares, mas precisamos saber que essa fase vai passar e para isso, precisamos nos cuidar para colher bons frutos, como já estamos colhendo. Além disso, vamos continuar apoio os profissionais da saúde, levando palavras de incentivo e afago, que nos motiva a continuar trabalhando”, finalizou.
