Esportes

Jiu-Jítsu

Jovens falam das dificuldades de ser atleta e pedem patrocínio para continuar lutando

06/03/2019 09H12

jiu-jitsu

Vindos de projetos esportivos sociais, os jovens Fernanda Freitas, 26 anos, e Weslley Ricardo, 18 anos, encontraram no Jiu-Jítsu uma forma de superar os desafios da vida e também encontraram uma profissão.

Mas para que o sonho dos atletas prospere, eles precisam de apoio financeiro para continuar competindo e levando o nome de Umuarama no lugar mais alto do pódio.

Vinda da escola do Kung Fu, Fernanda Freitas chegou em Umuarama há quatro anos quando se apaixonou pelo Jiu-Jítsu. Com desempenho e forma física invejável, Fernanda no seu primeiro ano de treino começou a competir e já conquistou vários campeonatos regionais e estaduais.

Em 2019, na faixa azul, a atleta foi campeã em duas modalidades pela International Brazilian Jiu-Jítsu Federation (IBJJ) em Curitiba.

Fui campeã da Curitiba Summer International na categoria pena com kimono e na categoria leve sem kimono. Ainda este ano fiquei em segundo lugar no Floripa Sul-Brasileiro”, disse.

A história de Weslley não é muito diferente. O jovem iniciou a caminhada no Jiu-Jítsu em um projeto na Escola Estadual Zilda Arns, em Umuarama.

Naquele período ele recebeu uma bolsa para treinar em uma academia da cidade, mas devida a falta de condições e a idade, acabou desistindo. Porém, alguns anos depois Ricardo descobriu outro projeto,agora em seu bairro e nunca mais parou.

Mesmo com 18 anos, o atleta umuaramense tem uma invejável coleção de medalhas. Só nos primeiros dois meses de 2019 Weslley foi campeão nos torneios da CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu) e IBJJ (International Brazilian Jiu-Jítsu Federation).

ROTINA PESADA

Para conseguir manter as vitórias e subir no ranking em busca de campeonatos internacionais, os atletas treinam de três a quatro vezes por dia. Além dos treinos, eles precisam se sustentar e por isso trabalham.

Fernanda é recepcionista da academia onde treina e Weslley começou a ministrar aulas de Jiu-Jítsu. “É uma rotina puxada, precisamos estudar, trabalhar e treinar. É desgastante, mas amamos o que fazemos”, explicou Fernanda Freitas.

PATROCÍNIO

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Contando apenas com a ajuda dos familiares, colegas de academia e amigos para custear as viagens, hoje os atletas conquistaram o apoio da personal trainning Patricia Piffer. Na sua academia Stúdio Art`Corpus, a profissional realiza a preparação física dos atletas.

Jiu-Jítsu é um jogo de xadrez humano, a estratégia conta muito. Por isso se o atleta quer chegar aos campeonatos de alto nível não adianta apenas ter técnica da arte marcial e força. É preciso saber dosar o desgaste do corpo, controlar a força e explosão, para chegar à última luta com condições de ser campeão”, explicou.

Patrícia explica que realizar a preparação dos atletas é mais do que um patrocínio para ela.

Eu amo o esporte então resolvi adotar eles. Quando vejo eles atingindo os resultados é muito prazeroso e gratificante. O atleta no Brasil não tem apoio nenhum. Eles precisam de psicólogo, preparação física e verba para inscrição, viagem, hospedagem e alimentação. Isso não é de graça, eles são exemplo para outros jovens, como levam o nome da cidade e das empresas que apoiam”, ressaltou a entrevistada.

FUTURO

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Mesmo com todas as dificuldades os atletas querem continuar no esporte, pois acreditam que podem retribuir o que o esporte realizou na vida deles.

Queremos chegar no topo e também ajudar outras crianças, como fomos ajudados pelo esporte. Quem quiser ajudar a gente, estamos levando o nome da cidade para fora e em um bom sentido, pois somos exemplo para os mais jovens, uma vez que o esporte transforma o ser humano” finalizou Weslley.