Abril Verde
Trabalhar na construção civil requer atenção e equipamentos de segurança, pois o canteiro de obra oferece riscos a todo momento. Em Umuarama são 1.512 trabalhadores nos canteiros de obra, conforme o Caged, e segundo o Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho, os maiores índices de acidentes relacionadas ao trabalho são registrados no ambiente das construções, principalmente com os informais.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústria da Construção e do Mobiliário de Umuarama, Sintricomu, Marcos Beraldo, é difícil levantar números corretos de acidente de trabalhadores no município. Mas, conforme relatório da 12ª Regional de Saúde, foram 19 registros de acidentes envolvendo trabalhadores da construção civil em 2018. Os números podem divergir, pois os construtores que atuam na informalidade não entrando na estatística.
O técnico de segurança do trabalho da CETARH Ambiental de Umuarama, Ado Radomski, estima que para cada acidente registrado no Brasil sete deixam de ser registrado, devido ao trabalho informal. “As grandes empresas da construção civil seguem as normativas de segurança e hoje o acidente migrou para os trabalhadores informais, aqueles que estão lá no bairro e isso é muito preocupante”, alertou.
No Paraná, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SUS/Sinan-NET) mostram que a ocupação “pedreiro” lidera o ranking dos acidentes de trabalho, com 3.576 registros no Paraná entre 2006 e 2019.
Ainda segundo Radomski, o trabalho em altura é o maior problema, pois gera traumas de natureza gravíssima. O entrevistado acredita que 60% dos acidentes venha de quedas ou situações envolvendo trabalho em altura. “A obra é uma um campo muito itinerante e o pedreiro acaba não usando a linha de vida ou cinto de segurança, onde acaba ocorrendo os acidentes graves” ressaltou.
O presidente Beraldo ressaltou que a questão da informalidade – quando uma pessoa contrata um mestre sem realizar os devidos registros – prejudica o trabalhador e o contratante. O presidente ressalta que tal situação pode gerar problemas sérios para quem contrata. “A maioria dos acidentes ocorrem com os informais, pois acabam que não usam os equipamentos de segurança. Muitas vezes, as pessoas que contratam os trabalhadores informais não sabem os riscos que estão correndo, pois se houver algo acidente com o trabalhador o responsável é o contratante”, alertou.
Dentro do Conselho Municipal de Saúde, Marcos Beraldo ressaltou que existe uma câmara para trabalhar a situação de orientação e fiscalização. “Além disso temos o Comitê de Incentivo a Formalização da Construção Civil. Passamos nas obras fiscalizando e exigindo também os itens básicos, como local de refeição, questões sanitárias, água potável e limpa e os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que trata dos itens de proteção”, enfatizou.
