Umuarama

Saúde

Infestação em alta pelo mosquito da dengue deixa vários bairros em alerta

12/01/2021 10H13

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O primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) de 2021 alerta para o aumento na infestação do mosquito da dengue, também responsável pela transmissão do vírus zica e da febre chikungunya, em Umuarama. Conforme Índice de Infestação Predial (IIP), foram encontradas larvas do inseto em 2,5% dos imóveis visitados entre os dias 4 e 8 de janeiro pelos agentes de combate a endemias da Seção de Vigilância Ambiental da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).

A situação mais crítica é a do Jardim São Cristóvão, onde a infestação supera 13% dos imóveis. Altos índices também foram registrados na região da Escola Municipal Malba Tahan (12%), Alto São Francisco (11,1%), Jardim Independência (10,3%) e Jardim Arco-Íris (9,3%). Outras 23 localidades apresentaram índice entre 1,6% e 8%. Por outro lado, em 33 bairros de Umuarama não foram localizadas larvas do mosquito (índice 0,0%).

De acordo com a Organização Municipal de Saúde (OMS) infestação de até 1% é considerada aceitável (baixo risco), já entre 1% e 3,9% é considerado médio risco (caso de Umuarama, neste momento) e acima disso, é alto o risco de epidemia de dengue. As unidades de saúde com maiores índices de infestação pelo mosquito são a UBS São Cristóvão (7,8%) e Lisboa (6,6%). Outras 13 UBS tiveram índice entre 1% e 5,6% e em três não houve número significativo de focos do Aedes aegypti.

Os objetos de maior incidência para criadouros do mosquito da dengue, tendo como base de levantamento os Liraas realizados nos meses de janeiro nos últimos três anos, são os depósitos do grupo “B”, que segundo o Programa Nacional de Controle da Dengue são vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de degelo, bebedouros em geral e pequenas fontes ornamentais. Em janeiro de 2020 o índice foi de 2,1%, bem menor que janeiro de 2019 (3,3%) e abaixo do auferido neste ano (2,5%). Neste ano, 40% das larvas encontradas no São Cristóvão, que teve a maior infestação, estavam em depósito do grupo “B”.

“Isso demonstra que o maior número de objetos que acumulam água e se tornam criadouros do mosquito estão nos próprios imóveis e são originados pela ação direta do morador, que coleta águas de chuva em recipientes abertos e sem tratamento, cultiva plantas em recipientes com excesso de água sem os devidos cuidados dentre outros e descuida das vistorias que devem ser feitas rotineiramente na sua casa e no quintal”, explica o coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Carlos Roberto da Silva.

PANDEMIA

Carlos explica, ainda, que a pandemia do Covid-19 mudou a metodologia de trabalho dos agentes de combate a endemias, que passaram a sofrer restrições diante das precauções determinadas pelas normas de enfrentamento. “Eles não entrar nos imóveis onde há pessoas com suspeita ou acometidas pelo coronavírus”, lembrou.

Cumprindo as restrições impostas pela pandemia, os agentes seguem executando bloqueio larvário com eliminação mecânica de criadouros nos locais de casos suspeitos de dengue ou confirmados; bloqueio costal com aplicação de inseticidas nos locais de notificações de suspeita e confirmação para dengue; monitoramento aéreo com drone sobre imóveis de difícil acesso; plantio de orquídeas em ocos de árvores, para eliminação de criadouros; e atendimento a reclamações de moradores, indicando locais com possíveis focos do mosquito.