Umuarama

ALERTA

Infectologista acredita em segunda onda de coronavírus mais agressiva em Umuarama

17/11/2020 09H41

Jornal Ilustrado - Infectologista acredita em segunda onda de coronavírus mais agressiva em Umuarama
Médico Raphael mostra leito covid-19 e equipamentos

Desde a primeira semana de novembro, Umuarama passa por uma explosão de casos de covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus. Com isso, estão surgindo mais registros de pessoas internadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e óbitos. Neste cenário de renascimento do vírus, o médico infectologista do Hospital do Câncer Uopeccan de Umuarama, Raphael Chalbaud Biscaia Hartmann, alerta para o início de uma segunda onda de casos, a qual pode ser mais severa.

Conforme o médico, a apresentação de novos casos diários de forma intensa tem se mostrado não só em Umuarama, como em São Paulo, Santa Catarina e até outros países da Europa. Desta forma, seguindo a análise dos números crescentes e as projeções, Hartmann acredita que a Capital da Amizade entrou na segunda onda do coronavírus, a qual pode ser pior que a primeira.

“Acreditar que o clima interferiria no comportamento do vírus foi um erro da população. Em países quentes não houve diminuição dos números de casos. O que acontece é que o comportamento no frio acaba propiciando o aparecimento de outras doenças respiratórias e que colaboram no agravamento da covid-19, mas no verão temos outro inimigo junto ao covid-19, que é a dengue”, disse.

DESCUIDO

Avaliando os números da pandemia e convivendo com pessoas contaminadas por covid-19 diariamente, Hartmann lembrou que mesmo os meses de setembro e outubro apresentando índices menores, ainda houve picos de casos, principalmente após feriados. “Isso mostra que é o descuido e o contato que aumentam os números, pois as pessoas resolveram sair, viajar e se expor. Agora vem o reflexo”, noticiou.

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PREVISÃO TRÁGICA PARA OS JOVENS

Novembro está em alta de casos e deve manter a previsão de um mês ruim, quando já foram registradas duas mortes. Entretanto, dezembro pode ser definido como trágico se a população não acordar, alertou o médico Raphael Biscaia.

“O perfil dos pacientes continua diminuindo na idade, ou seja, é o jovem que está se expondo mais. E a gravidade também mudou, pois aquele vírus que circulava de forma razoável tomou proporções severas com paciente chegando no hospital em estado cada vez mais grave. Quando perguntei a um jovem, em estado extremamente grave o que houve, ele disse: ‘achei que não ia acontecer comigo’. Esse tipo de comportamento de não se importar e não ter empatia é autodestrutivo, egoísta e vai levar o vírus mais longe. Assim como a dengue”, desabafou.

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Novo recorde de casos positivos para coronavírus em Umuarama no dia 15 com 109 registros no Boletim da 12ª Regional de Saúde

REINFECÇÃO

Com quatro casos de reinfecção, o médico infectologista alerta que com o crescimento recorde de casos em Umuarama, nos últimos dias, existe a possibilidade de a pessoa pegar novamente o coronavírus. Ele pediu que a população tenha consciência de manter as medidas de proteção, pois uma reinfeção pode acontecer de forma mais grave. “A gente não sabe o que pode acontecer, já temos quatro casos e as gravidades são variáveis, pois esse paciente já tem algum tipo de sequela”, falou.

FALSO NEGATIVO

Além do cenário do descuido de parte da população em relação as medidas de proteção à não disseminação do novo coronavírus, ainda existe o problema de pessoas realizando exames sem passar por atendimento médico. Tal situação pode levar ao chamado falso negativo, quando a pessoa está com vírus, porém, realiza o exame fora de datas específicas e o resultado é negativo. “Fazer exames por conta pode piorar a situação e aumentar a transmissão do vírus. A orientação é buscar uma consulta, na qual o médico fará uma triagem e identificar em qual fase estão os sintomas, como também, qual e quando fazer o exame”, orientou o médico.