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Ilustradas

15/08/2018 00H00

 Após crítica, Ciro altera proposta
sobre SPC e estabelece prazo para dívida

O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, anunciou nesta terça-feira (14) que decidiu fazer uma alteração na proposta de tirar o nome de brasileiros da lista de devedores do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Segundo ele, se ele for eleito, só serão avaliadas as dívidas feitas até o dia 20 de julho deste ano, quando ele abordou pela primeira vez a intenção de renegociar a dívida dos cidadãos inadimplentes, descontando, por exemplo, multas e correção. De acordo com o candidato, a alteração deveu-se a uma crítica recebida por ele de que pessoas poderiam fazer novas dívidas propositalmente com a expectativa de uma renegociação. "Essa crítica me chamou a atenção de que não deve valer para a frente para não estimular ninguém a fazer crédito e depois não pagar de propósito", disse. À reportagem o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, havia dito na véspera que, se Ciro não detalhasse a proposta e a deixasse aberta demais, o candidato poderia "sinalizar errado" para a sociedade durante a campanha "de que é só sair gastando que vai ser perdoado depois". O candidato do PDT acusou candidatos adversários de copiarem as suas propostas e rebateu análise feita por especialistas e economistas, consultados pela reportagem, de que a iniciativa é vaga.

Alckmin diz que presidencialismo
é campanha da canelada e que é preciso alianças

O candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (14) que o presidencialismo é uma campanha de baixo nível e de canelada e justificou seu arco de aliança com partidos fisiológicos argumentando que, sem apoio, não é possível se aprovar nada no Congresso. Alckmin disse que as principais reformas que pretende implementar -política, previdenciária, tributária e de Estado- mexem na Constituição, o que exige apoio de grande parte do Congresso (308 deputados e 49 senadores). "Quem prometer mudança sem ter o mínimo de aliança não vai fazer nada", afirmou Alckmin, rebatendo as críticas de adversários. Além de fechar aliança com PTB, PPS e PSD, Alckmin tem apoio do chamado centrão, bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e SD. Em evento com presidenciáveis promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), ele comparou os sistemas de presidencialismo e parlamentarismo e afirmou que o primeiro, praticado no Brasil, é feito na base da canelada. "O presidencialismo é uma campanha de baixo nível. No parlamentarismo, discutem ideias, propostas. O partido que ganha, o seu líder ascende a primeiro-ministro. O presidencialismo é o embate de pessoas, o embate de personalidades, canelada. Qual o lado bom do presidencialismo? É a força do voto. Quem ganhar vai ter 55 milhões, 60 milhões de votos. […] Tem que aproveitar essa legitimidade e não deixar a sociedade se afastar", afirmou.

Bolsonaro declara patrimônio similar ao de 4 anos atrás

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) declarou nesta terça-feira (14) à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 2,287 milhões, número similar ao que informou quatro anos antes e bem abaixo do que realmente valem seus bens, que incluem cinco imóveis no Rio e em Brasília, veículos e aplicações financeiras. Em janeiro, a Folha de S.Paulo revelou que o então pré-candidato multiplicou seu patrimônio na política. Tendo iniciado a vida parlamentar no final dos anos 80 com bens que somavam cerca de R$ 10 mil em valores atuais, atualmente só suas quatro casas e o apartamento têm valor de mercado de pelo menos R$ 7 milhões. O valor representa mais que o triplo do declarado por Bolsonaro. A prática não é ilegal. A lei exige apenas o informe de bens. O presidenciável e seus três filhos que também têm mandato parlamentar acumulavam 13 imóveis com preço de mercado de ao menos R$ 15 milhões. Uma das poucas alterações feitas na declaração de Bolsonaro em relação à de 2014, quando disputou o seu sétimo mandato de deputado federal, foi a elevação do preço de uma das casas que têm em condomínio fechado na Barra da Tijuca, uma das áreas mais valorizadas do Rio de Janeiro. Em 2014 ela estava declarada com o preço de R$ 500 mil. Agora, está com valor de R$ 603 mil. Em janeiro, quando a Folha de S.Paulo foi ao condomínio, uma das casas de Bolsonaro estava passando por reformas.