21/09/2018
O crescimento do candidato petista Fernando Haddad nas intenções de voto vem acompanhado também de uma alta de sua rejeição, aponta pesquisa do Datafolha. O candidato a presidente, que está em segundo lugar na pesquisa com 16% das intenções de voto, agora é rejeitado por 29% dos eleitores. Há uma semana, essa taxa estava em 22% e, na pesquisa dos últimos dias 13 e 14, em 26%.
Jair Bolsonaro (PSL), líder isolado da pesquisa com 28%, vem liderando também a rejeição, que agora está em 43%. Esse índice tende a fragilizar o potencial do candidato em um segundo turno.
A rejeição a Haddad atinge seu maior nível entre eleitores com renda familiar mensal acima de dez salários mínimos, com 54%. Entre eleitores com ensino superior, chega a 43%, ante 42% que rejeitam Bolsonaro nesse estrato. A rejeição a Haddad é muito mais baixa, em recorte regional, no Nordeste (com 21%) e entre mulheres. Já Bolsonaro é mais rejeitado entre eleitores nordestinos (56%) e entre os jovens de 16 a 24 anos (55%).
Em queda nas pesquisas, Marina Silva (Rede) aparece em segundo lugar na rejeição geral, com 32%. Essa taxa sobe entre homens (35%) e eleitores do Centro-Oeste do país (com 38%). A candidata está com 7% das intenções de voto, atrás de Bolsonaro, Haddad e Ciro Gomes (13%).
Geraldo Alckmin tem 9% na pesquisa geral e 24% de rejeição. Em São Paulo, estado que governou por quatro mandatos, a rejeição dele está em 30%. A margem de erro do levantamento, registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-06919/2018, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
A pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, entrevistou 8.601 eleitores em 323 municípios brasileiros entre terça (18) e esta quarta-feira (19).
REJEIÇÃO
Em quais desses nomes você não votaria de jeito nenhum no primeiro turno da eleição para presidente?
Bolsonaro (PSL) – 43%
Marina (Rede) – 32%
Haddad (PT) – 29%
Alckmin (PSDB) – 24%
Ciro Gomes (PDT) – 22%
Vera (PSTU) – 19%
Cabo Daciolo (Patriota) – 19%
Guilherme Boulos (PSOL) – 18%
Eymael (DC) – 17%
Henrique Meirelles (MDB) – 17%
João Goulart (PPL) – 15%
Alvaro Dias (Podemos) – 15%
João Amoêdo (Novo) – 15%
Rejeita todos/Não votaria em nenhum – 4%
Votaria em qualquer um/não rejeita nenhum – 2%
Não sabe – 5%
Pesquisa do Datafolha aponta que a maior parte do eleitorado dá pouca ou nenhuma importância ao candidato a vice na eleição presidencial. Em levantamento feito entre a terça (19) e a quarta-feira (20), 29% dos entrevistados disseram que não há nenhuma importância no nome a vice no pleito presidencial, e 25% consideram a questão com “um pouco de importância”. Consideram o vice uma questão de “muita importância” na eleição 43% dos eleitores entrevistados, e 3% não souberam responder. Os vices ganharam um peso maior na eleição deste ano por dois fatores. Primeiro, o PT inicialmente escolheu Fernando Haddad para essa função em sua chapa, antes de o ex-presidente Lula ter o registro de sua candidatura avaliado na Justiça Eleitoral. Com Lula preso em Curitiba, Haddad atuou em agendas de campanha em nome do ex-presidente. No último dia 11, Haddad foi colocado pelo partido como cabeça da chapa.
Outro vice ganhou importância na corrida eleitoral: Hamilton Mourão (PRTB), general da reserva, passou a ser um representante de Jair Bolsonaro (PSL) em atividades da campanha, já que o presidenciável está hospitalizado desde que foi esfaqueado, há duas semanas. Além disso, o PT costuma ser criticado na campanha por ter escolhido para vice em 2014 Michel Temer (MDB), que assumiu a Presidência com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. A pesquisa Datafolha ouviu 8.601 eleitores em 323 municípios brasileiros, nos dias 18 e 19 de setembro de 2018. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-06919/2018. Os contratantes da pesquisa são a Folha de S. Paulo e a TV Globo.
Com informações da Folhapress