14/10/2018
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luis Felipe Salomão negou nesta sexta-feira (12) um pedido de liminar feito pela coligação do candidato a presidente Fernando Haddad (PT) para retirar conteúdos ofensivos e falsos de um grupo de WhatsApp. O alvo do pedido do PT era um grupo de WhatsApp com 173 participantes, cujos administradores já foram identificados, que tem divulgado notícias falsas. Uma delas diz que o partido financia performances com pessoas nuas. Outra, que Manuela d’Ávila (PC do B), candidata a vice, disse que o cristianismo vai desaparecer. Outra, ainda, afirma que Haddad incentiva a hipersexualização de crianças. O ministro do TSE afirmou em sua decisão que as mensagens via WhatsApp não são abertas ao público, como as do Facebook ou do Twitter. “A comunicação é de natureza privada e fica restrita aos interlocutores ou a um grupo limitado de pessoas, como ocorreu na hipótese dos autos, de modo que a interferência desta Justiça especializada deve ser minimalista, sob pena de silenciar o discurso dos cidadãos comuns no debate democrático”, escreveu Salomão. “Em um exame preliminar -e ressalvados os casos de difusão de práticas criminosas-, parece evidente a inviabilidade desse tipo de controle, porquanto a Justiça Eleitoral é incapaz de acompanhar todas as conversas e manifestações externadas nas mídias eletrônicas, como aplicativos de mensagens instantâneas”, completou. O ministro deu dois dias para os responsáveis pelo grupo no WhatsApp apresentarem sua defesa e um dia para o Ministério Público Eleitoral se manifestar.
O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado (13) que pode ir a debates se tiver garantias de que não haverá interferência de terceiros sob Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno. “Se for um debate, eu e ele, sem interferência externa, eu to pronto para comparecer”, afirmou, sem explicar a quem se referia ao falar em interferência externa. A declaração foi feita em meio às gravações do programa de TV, no Rio de Janeiro. Bolsonaro deixou sua casa na manhã deste sábado, na Barra da Tijuca, e foi ao Jardim Botânico, onde grava vídeos para horário eleitoral, na casa de Paulo Marinho, seu aliado. Desde que sofreu uma facada, no início de setembro, ele não participou mais dos debates e foi criticado por seus adversários. Bolsonaro aguarda liberação médica para fazer atos de campanha e deve passar por nova avaliação na quinta-feira (18). Esta semana ele havia indicado que não iria aos programas mesmo se fosse liberado. “Se for eu e ele estou pronto para debater sim. Eu não quero ir a debate se houver a participação de terceiros. Quem está disputando a eleição sou ele e eu.” Ele voltou a criticar o PT e disse que, se for eleito, vai acabar com o toma lá dá cá na política. “Não adianta você ter boas propostas, mas após uma possível eleição quem vai colocar em prática vai ser um time de ministros que quem vai escalar não vai ser o Haddad, vai ser o Lula.” Bolsonaro voltou a negar que proporia uma Constituinte se for eleito, ao contrário do que defendeu seu vice, o general Hamilton Mourão. Ele disse que seu norte é a Constituição, da qual afirmou ser “escravo”, mas reconheceu discordar de alguns pontos da Carta, sem dizer quais.
Um dia depois do candidato ao governo paulista João Doria (PSDB) ter perdido a viagem até o Rio para tentar encontrar Jair Bolsonaro (PSL), o presidenciável negou que tenha combinado o encontro com o tucano. “No tocante ao Doria quero agradecer o apoio dele. Eu não havia combinado isso aí. Não sei quem combinou. Eu encontro com ele sem problema nenhum, bato papo com ele sem problema nenhum.” Bolsonaro deu a declaração a repórteres antes de gravar para o seu programa eleitoral na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio. Doria fez um bate-volta de São Paulo ao Rio de Janeiro na sexta-feira (12), numa tentativa de participar da gravação de vídeo de Bolsonaro. O movimento do tucano irritou dirigentes do PSL, que decidiu se manter neutro no segundo turno em todos os estados, exceto nos três em que tem candidatos: Rondônia, Roraima e Santa Catarina.