Colunistas

09/10/2018

Ilustradas

08/10/2018 20H02

Sistema de votação eletrônico no Brasil

é confiável, afirma missão da OEA

Representantes da uma missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmaram nesta segunda-feira (8) que visitas feitas em mais de 390 seções eleitorais descartaram problemas nas urnas eletrônicas e que o processo adotado no Brasil é “confiável”. A afirmação ocorre após a divulgação de um relatório preliminar da missão feito com base em visitas feitas em 12 Estados e Distrito Federal. Ao todo, 41 pessoas acompanharam o processo no país, além de outras seis que observaram as votações no exterior. Essa é a primeira vez que a missão acompanha as eleições no Brasil. “Escolhemos uma amostra aleatória, mas representativa das distintas regiões do país. E dessa amostra que selecionamos, não encontramos nenhum elemento que possa questionar o processo eleitoral”, afirmou a chefe da missão e ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla. Segundo Chinchilla, visitas feitas pelo grupo nas 390 seções eleitorais de 130 locais de votação não encontraram irregularidades no processo. “Nenhum dos problemas que vimos afetam a legitimidade dos resultados”, afirmou, referindo-se a dificuldades encontradas como a presença de filas em 55% das seções e a atrasos na identificação pelo sistema de biometria.

Desde Diretas-Já, Brasil nunca teve virada

no segundo turno da eleição presidencial

Desde 1989, na primeira eleição desde o processo de redemocratização do país, o eleitor brasileiro não viu viradas no segundo turno quando se trata de eleição presidencial. Foram cinco embates como o que veremos agora no segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Na primeira vez, o eleito foi Fernando Collor, pelo PRN. Após triunfar no primeiro turno, com 30,48% dos votos, ele venceu também o segundo, com 53,03%, em disputa com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que conseguiu, respectivamente, 17,19% e 46,97%. Em 1994 e 1998, não houve segundo turno, já que Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, venceu os dois pleitos presidenciais na primeira votação, com 55,22% (1994) e 53,06% (1998) dos votos. Em 2002, após ter ficado nas três eleições anteriores em segundo lugar, foi a vez de Lula triunfar, tanto no primeiro quanto no segundo turno, tendo conquistado 46,44% e 61,27% dos votos. Ele derrotou José Serra, do PSDB, que ficou com 23,20% e 38,73%, respectivamente. Em 2006, após um primeiro turno acirrado, em que Lula liderou com 48,61% e foi seguido de Geraldo Alckmin, do PSDB, com 41,64%, a vitória no segundo turno ficou com o petista, com 60,83% contra 39,17% do peessedebista. Em 2010, a chapa Dilma Rousseff PT) e Michel Temer (então PMDB, atual MDB) obteve 46,91% no primeiro turno e 56,05% no segundo, batendo José Serra e Indio das Costa, que somaram 32,61% e 43,95%. Por fim, em 2014, Dilma também liderou os dois turnos da corrida presidencial, com 41,59% e 51,64%, contra 33,55% e 48,36% de Aécio Neves.

Puxado por Eduardo Bolsonaro, PSL é o

campeão nacional de votos para a Câmara

Puxado pelo 1,8 milhão de votos dados por São Paulo a Eduardo Bolsonaro, o PSL foi o partido campeão nacional de votos nas eleições para a Câmara dos Deputados. A sigla à qual Jair Bolsonaro se filiou neste ano obteve 11,4 milhões de votos em todo o país, contra 10,1 milhões do PT, segundo no ranking. Apesar disso, os petistas elegeram mais deputados federais -56 contra 52 do PSL- devido às coligações feitas nos estados. Pelas regras eleitorais, a definição dos eleitos se dá pela soma dos votos da coligação, não da legenda. O ranking de votação mostra ainda que PSL e PT se descolaram com larga margem das demais siglas. A terceira mais votada foi o PSDB, com 5,9 milhões de votos e eleição de apenas 29 deputados federais, entre eles Aécio Neves (MG). Em 2014 o PT havia sido o campeão, com 13,5 milhões de votos. O PSL, até então uma sigla nanica, teve um dos piores desempenhos na ocasião, elegendo apenas um deputado federal. Na lista dos deputados federais campeões de votos nos 26 estados e DF, em 2018, cinco são do PSL -Delegado Waldir (GO), Marcelo Alvaro Antonio (MG), Nelson Barbudo (MT), Helio Negão (RJ) e Eduardo Bolsonaro (SP). Além da eleição de deputados, a votação para a Câmara tem importância capital para as siglas. É ela que define o tamanho da fatia de recursos públicos e de propaganda na TV que os partidos terão pelos próximos quatro anos.