Colunistas

01/10/2019

Ilustradas

29/09/2018 13H02

Nulos e brancos atingem menor índice

no Datafolha desde o início da eleição

O percentual de eleitores que vão votar nulo, em branco ou em nenhum candidato chegou ao menor índice nesta eleição para presidente –10%, ante uma taxa de 22% registrada na pesquisa Datafolha de 20 e 21 de agosto. É o que mostra o levantamento divulgado nesta sexta-feira (28). O número de eleitores nessa categoria vem caindo paulatinamente. A queda no percentual coincidiu com a definição de Fernando Haddad como o candidato do PT. Ele foi oficializado como o postulante da sigla em 11 de setembro. No levantamento da semana passada, o índice de nulo/em branco/nenhum era de 12%. Na primeira pesquisa feita neste ano, sem os candidatos totalmente definidos, a intenção de votos nulos ou em branco chegava a 32% em cenários sem o ex-presidente Lula (PT), àquela altura já condenado em segunda instância pela Justiça, mas ainda solto. Na comparação com outras eleições, a quantidade registrada agora, a uma semana do primeiro turno, é o dobro da verificada na mesma época de 2014. Naquele ano, 5% dos eleitores votariam em branco ou anulariam o voto nessa fase da campanha. Análises feitas ao longo dos últimos meses associavam a rejeição aos políticos e o desgaste de autoridades na Operação Lava Jato à alta dos votos nulos. A crise de representação é apontada como um dos fatores responsáveis pelo fenômeno. Grande parte dos que disseram ter feito uma das três opções se mostrou convicta da decisão: 68% falam que estão totalmente decididos sobre a escolha e 32% dizem que ainda podem mudar o voto.

Dividindo por faixa de renda os que agora anulariam, votariam em branco ou se ausentariam, o percentual é maior entre os que ganham até dois salários mínimos (11%) e vai caindo até chegar a 3% no grupo que tem renda superior a dez salários. Em relação ao gênero, as mulheres são a maior parte nessa categoria (12%). O percentual entre os homens é mais baixo (7%). Ainda de acordo com o levantamento, 5% das pessoas não sabem o que fazer na urna eletrônica para anular seu voto. Num segundo turno entre os dois primeiros colocados hoje –Haddad e Jair Bolsonaro (PSL)–, a taxa de nulo/branco/nenhum é de 13%. O ex-prefeito petista teria 45% e o capitão reformado, 39%. A taxa de pessoas que responderam não saber em quem votar no primeiro turno ficou estável. Os indecisos representavam 6% em agosto e agora são 5%. A pesquisa Datafolha com 9.000 eleitores em 343 municípios brasileiros, foi realizada nos dias 26, 27 e 28 de setembro de 2018. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Levantamento registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-08687/2018. Contratantes da pesquisa: Folha de S. Paulo e TV Globo.

CNJ afasta juiz que pretendia recolher

urnas eletrônicas às vésperas da eleição

O corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Humberto Martins, afastou nesta sexta-feira (28) o juiz Eduardo Luiz Rocha Cubas, do Juizado Especial Federal Cível de Formosa (GO). Cubas pretendia conceder uma liminar (decisão provisória) para prejudicar a eleição marcada para o domingo (7), de acordo com a AGU (Advocacia-Geral da União), autora do pedido. O processo tramita em sigilo. A decisão do juiz seria proferida em uma ação popular que questiona a segurança e a credibilidade das urnas eletrônicas. Segundo a AGU, Cubas planejava conceder a liminar na sexta-feira (5), determinando que o Exército recolhesse urnas eletrônicas que serão utilizadas na votação, às vésperas do pleito. De acordo com a AGU, há diversos indícios que comprovam a suspeita acerca do comportamento do magistrado. Primeiro, ele permitiu a tramitação da ação no juizado, sendo que não teria competência para isso. “Em seguida, o magistrado deixou de digitalizar os autos, conferiu ao processo sigilo judicial sem qualquer fundamento legal e não intimou a União para tomar conhecimento da ação”, informa a AGU em nota. “Além disso, o juiz foi pessoalmente ao Comando do Exército, em Brasília, onde se reuniu com militares para antecipar o conteúdo da decisão que prometeu proferir no dia 5 de outubro com a expectativa declarada de que: as Forças Armadas pudessem desde já se preparar para o cumprimento da determinação futura que receberia para recolher urnas; não houvesse tempo hábil para a decisão ser revertida pelo próprio Judiciário”, diz o texto. A AGU juntou aos autos um vídeo que está na internet em que o juiz aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), questionando a segurança e a credibilidade das urnas eletrônicas -“manifestando, portanto, opinião político-partidária incompatível com a função de juiz”, diz o órgão.