primeiros frutos
Uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura, a Copel e moradores do Jardim São Cristóvão – que depois ganhou também a participação da CAJ (Consultoria Agropecuária Júnior) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) – começa a dar os primeiros frutos. Na verdade, são verduras, legumes, tubérculos e temperos. É a Horta Comunitária, que tem como objetivo aproveitar áreas públicas sem uso e espaços sob linhas de transmissão de energia para a produção de hortaliças, destinadas ao consumo das famílias e à venda, caso haja excedentes.
A primeira horta já está produzindo no São Cristóvão. “A Copel liberou a área e implantou a cerca. A Prefeitura entrou com o preparo do solo, os canteiros e a distribuição de alguns, como calcário e cavacos, além de orientações técnicas. Agora os estudantes de agronomia da UEM estão fornecendo assistência às famílias do projeto”, explicou o secretário de Agricultura do município, Murilo Teixeira.
Na última sexta-feira, 30, o comerciante Amaury Pereira, aclamado como primeiro presidente da associação das hortas comunitárias urbanas de Umuarama, exibia com satisfação a produção dos primeiros canteiros. “Temos alface, almeirão, couve, cheiro verde, batata e outras variedades já produzindo. Vai ficar ainda melhor quanto todos os canteiros estiverem ocupados”, disse ele, que é morador do bairro há quase 40 anos.
De origem rural, ele conta que já planta há algum tempo café, feijão, mandioca, abacaxi, limão e outras culturas nos canteiros sob o linhão da Copel. “Mas agora está tudo organizado, cercado e dividido com os moradores”, comentou, lembrando que muita gente já tem levado produtos da horta para a alimentação e feito uma boa economia na feira ou supermercado.
O projeto começou com 21 moradores cadastrados. Nem todos estão produzindo, ainda, mas com a assistência técnica e dos futuros agrônomos e o apoio da Prefeitura, a tendência é que o projeto deslanche nos próximos meses e que seja implantado em breve em outros bairros. “Estamos preparando o terreno no Parque Jabuticabeiras e no Córrego Longe”, informou o secretário.
Murilo acrescenta que os agrônomos visitam a horta aos sábados, tiram dúvidas, orientam e acompanham a evolução dos agricultores urbanos. Na última semana foi criada uma associação própria para a atividade, com personalidade jurídica, o que vai acelerar o desenvolvimento.
“A UEM já planeja oferecer cursos para os moradores envolvidos no projeto, no período da noite, numa escola pública do bairro. Eles receberão conhecimento extra sobre a atividade rotineira na horta e as visitas dos acadêmicos. Desde o início do projeto a Prefeitura disponibiliza o maquinário, levanta os canteiros, faz a adubação e distribui insumos. Aos poucos os agricultores urbanos devem ganhar autonomia e caminhar por conta própria”, completou o secretário.
A supervisora de setor da Copel e facilitadora do Programa Cultivar Energia no Noroeste do Estado, Elisa Nagahama, explica que o objetivo central é promover o melhor uso das áreas embaixo das linhas de energia, prevenindo ocupações irregulares que causem risco à população. Na parceria, a Copel cede o imóvel, realiza o cercamento e aterramento, orienta sobre os riscos existentes na faixa de segurança e os procedimentos adequados para a permanência sob a rede elétrica.
“As famílias ficam responsáveis pela conservação da área e pelo cultivo, observando as regras de segurança. O projeto visa ainda propiciar à comunidade os benefícios de uma melhor utilização do espaço, estimulando a melhoria da qualidade de vida através de alimentos saudáveis e até geração de renda”, avalia a supervisora.