Cotidiano

VIOLÊNCIA

Homem é encontrado morto com sinais de pancada na cabeça em Maria Helena

19/03/2022 13H05

Jornal Ilustrado - Homem é encontrado morto com sinais de pancada na cabeça em Maria Helena
Cão da vítima só saiu da casa após a retirada do corpo pelo IML

Um homem de 56 anos foi encontrado morto por volta das 9 horas deste sábado (19), a porta de sua casa, na rua São Martinho, em Maria Helena, a 19 km de Umuarama. A suspeita inicial é que Álvaro Martes, o “Tiririca” tenha sido morto por pancada na cabeça. A a arma usada pode ser um pedaço de madeira que foi recolhido para perícia.

O corpo foi encontrado por um vizinho que avisou outra vizinha, a dona Cássia Regina Campos Marcato. “Quando o rapaz me avisou chamei a ambulância, imaginando que o Tiririca ainda estaria vivo. Mas dai o médico veio, disse que ele já estava morto há algumas horas e a Polícia Militar foi chamada”, relatou emocionada a moradora.

Os policiais isolaram o local e acionaram a Polícia Civil e criminalística de Umuarama

Cão fiel

Cássia Marcato e outra vizinha, é que no dia a dia que auxiliavam a vítima com alimentação para ele e para sua cachorrinha, a Nina. O animal permaneceu ao lado de seu companheiro até o corpo ser retirado do local pelos peritos.

Vício

“Ele não fazia mal para ninguém. Só para ele mesmo. Me chamava de ‘mãezinha’. Era muito bonzinho, mas tinha o problema com a bebida”, contou Cássia Marcato. A situação é confirmada pelo sobrinho de Tiririca, Antonio Polvo. “Meu tio levava essa vida há 20 anos. Sempre bebendo. Não aceitava ajuda. Dizia que estava melhor do que eu quando eu falava sobre internamento para ele se recuperar”, disse Polvo.

O sobrinho disse que chegou a pedir para a sua mãe não ir mais visitar o irmão caçula. “Sempre que ela chegava ele estava bêbado e sempre na companhia de 3 ou 4 pessoas que estavam na mesma situação. Tinha medo de que algo de ruim acontecesse coma minha mãe”, afirmou.

Antonio Polvo contou ainda que não recebeu com surpresa o que aconteceu com o tio. “Na vida a gente tem 2 caminhos. Infelizmente ele escolheu um que não tinha como terminar diferente”, lamentou.

A vítima

A vítima, Álvaro Martes vivia sozinho na casa que era dos pais, já falecidos. Antes de se tornar alcoólatra trabalhou como pedreiro e na usina. Ele tem um casal de filhos e netos, com os quais não tinha contato habitual por causa do vício, segundo relato do sobrinho Antonio Polvo.

Segundo relatos de moradores e conhecidos da vítima, ele recebia um benefício mensalmente, conseguido por causa da cegueira em um dos olhos, problema que apresentava desde a infância. “As vezes ele dizia que tinha dinheiro guardado, principalmente quando estava bêbado, isso pode ter gerado ganância, né?! Ele era tão fraquinho”, comentou outro morador que preferiu não se identificar.

Ponto de encontro

A Polícia Militar confirmou que o imóvel era um ponto de reunião de usuários de bebidas alcoólicas e de entorpecentes.

A Polícia Civil já está investigando o caso e não descarta a possibilidade de que a morte tenha ocorrido em decorrência de um desentendimento entre a vítima e companheiros de bebida.

O crime

A estimativa inicial é de que o crime ocorreu entre meia-noite de sexta-feira (18) e 1 hora de sábado (19), quando vizinhos da casa ao lado escutaram barulhos de coisas se quebrando, mas relataram acreditar que seria um ‘lobisomen’ e não se preocuparam de chamar a Polícia Militar para verificar.

No interior da residência a informação comum é que tudo estava revirado, mas que não era possível saber se era decorrente de uma briga ou se das condições vivida pela vítima. O imóvel não tinha água e luz há anos. O quintal e a frente da casa estão tomados pelo mato e a primeira impressão é que seria um local abandonado e sem moradores.

As primeiras informações são de que a vítima teria recebido uma ou mais pancadas na região da cabeça.

Despedida

O corpo de Álvaro Martes foi recolhido ao Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama e após ser liberado o velório acontece na Capela Mortuária de Maria Helena e o sepultamento no cemitério local. Até o fechamento da edição não havia ainda a confirmação de que horário o velório começaria.