Umuarama

Janeiro Roxo

Hanseníase tem cura e precisa ser tratada o quanto antes

14/01/2019 09H03

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O governo e associações médicas fazem campanha Janeiro Roxo com foco no combate à hanseníase. Em Umuarama, ações para difundir informações a respeito da doença serão realizadas nas Unidades de Saúde e no dia 25 uma palestra será ministrada no Centro Pop, às 8h. Considerada a enfermidade mais antiga da humanidade, a hanseníase tem cura, mas para isso é preciso procurar tratamento o mais cedo possível.

Conforme a enfermeira do ambulatório de Infectologia de Umuarama, Iolanda Tominaga, em 2018 18 umuaramenses estavam em tratamento da hanseníase. Ainda segundo a entrevistada, mesmo ainda carregada de alguns mitos, a doença tem cura, e a orientação é para as pessoas procurarem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo. “Principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente”, disse.

Durante o mês de janeiro, as Unidade de Saúde de Umuarama realizarão ações informativas com panfletos para a comunidade e no dia 25 uma palestra será ministra no Centor Pop. “Precisamos levar informação para as pessoas, mesmo já sendo difundido todos os anos, muitos umuaramenses ainda não entendem o que é hanseníase”, explicou Iolanda.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, Cláudio Salgado, nos últimos 10 anos o número de casos caiu no país, mas a falta de tratamento dos casos existentes aumentou o número pessoas com incapacidade física.

“Sabemos que a nossa rede de atenção básica não está funcionando a contento, deveria funcionar melhor, as referências não estão sendo capacitadas, estão sobrecarregadas. Temos feito diagnósticos tardios. Temos mais pessoas chegando para fazer o tratamento, já que há capacidade física instalada, o que significa que você vai ter mais problemas e vai sobrecarregar ainda mais o sistema”, ressaltou Salgodo.

DOENÇA

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, caracterizada pelo comprometimento dos nervos periféricos, com perda/alteração de sensibilidade cutânea térmica, dolorosa e/ou tátil e de força muscular, o que pode gerar incapacidades físicas permanentes, principalmente em mãos, pés e olhos.

O diagnóstico precoce continua sendo o elemento individual mais importante na cura da doença, prevenção de deficiências e redução da transmissão e baseia-se em sinais e sintomas clínicos e histórico epidemiológico. A baciloscopia do raspado intradérmico, exame auxiliar no diagnóstico, pode ser positiva ou negativa dependendo da classificação operacional (multibacilar/paucibacilar). O resultado negativo não afasta o diagnóstico de hanseníase.

SINTOMAS

  • Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas;
  • Área de pele seca e com falta de suor, com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas; sensação de formigamento;
  • Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés; diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos;
  • Úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas juntas; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos.
  • Alguns casos não apresentam lesões de pele, apenas comprometimento de nervos periféricos, ocasionando assim alterações de sensibilidade e força muscular, além de dores na região dos respectivos nervos.

TRATAMENTO

Os medicamentos para a hanseníase são chamados de Poliquimioterapia – PQT, que é distribuída gratuitamente nas unidades de saúde. Esses medicamentos curam a doença, interrompem a transmissão e previnem as incapacidades físicas. Os esquemas terapêuticos variam de acordo com a classificação operacional do doente, podendo ser Paucibacilar (6 cartelas) ou Multibacilar (12 cartelas) e a dosagem dos medicamentos é escolhida de acordo com a idade e peso do paciente. No caso de intolerância a qualquer uma das drogas, é possível fazer a substituição por outros medicamentos.

CONVOCAÇÃO

A enfermeira do ambulatório de Infectologia de Umuarama, Iolanda Tominaga, alertou que as pessoas que tem convívio com portadores da doença ou até de quem já passou pelo tratamento devem procurar o laboratório de infectologia – localizado atrás do Pronto Atendimento – até do dia 28 de fevereiro para exames. “É uma campanha de prevenção, pois só assim podemos combater essa doença”, explicou.