Umuarama

União Pela Vida

Grupo é a base de apoio para portadores do vírus HIV/AIDS

29/11/2018 08H47

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Ser a base para o crescimento pessoal e profissional, este é o objetivo do Grupo União Pela Vida de Umuarama, que há 18 anos leva apoio psicológico, social e econômico para os umuaramenses vivendo e convivendo com o vírus HIV/AIDS. Com um trabalho pautado na união e apoio, a Ong resgata a autoestima dos participantes e neste dia 1º de dezembro, data mundial de combate a doença, leva várias ações na praça Arthur Thomas.

O evento do dia 1º será uma ação de luta contra a AIDS e doenças venéreas. Também terá um bazar com roupas sendo vendidas a preço único de R$ 0,50. O dinheiro será revertido para os atendimentos do grupo.

Ainda contará com panfletagem, orientações a respeito do HIV/AIDS, distribuição de pipoca e algodão doce com apoio dos universitários de Educação Física da Unipar.

“Também contaremos com o apoio do maquiador Gaby, que vai ensinar as mulheres a conhecer seu tom de pele para realizar melhor suas maquiagens”, disse Bruna Marcelly Coutinho, presidente do grupo.

Vida e AIDS

Bruna conta que quando uma pessoa é diagnosticada com o vírus, ela acha que recebeu uma sentença de morte. “Ela esquece que pode morrer de acidente, ataque cardíaco ou de qualquer outra coisa, menos AIDS, pois hoje existe tratamento”, explicou.

Desta forma, a Ong União Pela Vida chega para desmistificar a doença, como também, retirar a pessoa de uma vida de isolamento, muitas vezes relacionada com o preconceito da sociedade.

“Entramos na parte de garantir os direitos dessas pessoas, mas não do assistencialismo. Queremos mostrar para eles e elas, que existe vida na doença. Mostrar que é possível estudar, ter um emprego, uma profissionalização, uma renda. Levamos cesta básica e demais apoio na alimentação para quem precisa, mas esse não é o objetivo”, ressaltou a presidente.

Mesmo não tendo recursos necessários para realizar seus trabalhos, hoje a Ong conta com uma assistente social, psicóloga, professor e outros serviços destinados ao profissional e psicológico dos participantes.

“Depois de 18 anos conseguimos uma assistente social, mais uma vitória com apoio da comunidade e principalmente das pessoas que frequentam a casa, pois aqui todos somo voluntários de uma causa”, exclamou Bruna.

Desafios da doença

Ainda segundo Bruna, o maior desafio de uma pessoa diagnosticada com o vírus ainda é aceitar a doença e iniciar o tratamento. “A adesão ao tratamento ainda é muito difícil. Talvez pelos efeitos colaterais e a não aceitação da doença”, noticiou.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o número de casos de HIV notificados em 2017 no país foi de 42,4 mil – 6% a mais que os 40 mil de 2016. Cerca de 66,6% dos diagnosticados têm entre 20 e 39 anos. Do total, 73% são homens e 27%, mulheres.

Triste realidade

A União Pela Vida tem cadastradas 40 famílias, mas hoje 13 famílias participam dos eventos, oficinas e atendimentos. Destas, 80% são de mulheres entre 30 a 60 anos e que descobriram a doença no pré-natal ou quando seus maridos ficaram doentes.

“Algumas pessoas que atendemos aqui chegam chorado e falam que nunca conheceram outro homem. Casaram virgem e eram mulheres de um homem só. Elas estavam dentro de casa, lavando e passando, cuidando dos filhos. Como elas vão aceitar a doença? Agora vivem sem o marido e desamparadas, pois muitas vezes a rejeição acontece dentro da família. Como nunca puderam ter profissão, pois o marido não deixava trabalhar, estão perdidas”, ressaltou a presidente Bruna.