Cotidiano

OPERAÇÃO METÁSTASE

Gaeco prende mais três pessoas por suspeita de desvios milionários na saúde de Umuarama

16/06/2021 16H18

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O Ministério Público do Paraná deflagrou na manhã desta quarta-feira (16), a segunda fase da Operação Metástase, que investiga supostos desvios de recursos da saúde em Umuarama que somariam R$ 19 milhões, segundo o MP. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, cinco de busca e apreensão e cinco de sequestro de veículos.

Prisões

Segundo o MP, dois dos cinco mandados de prisão referem-se a investigados que já estavam presos desde a primeira fase da operação, e três vinculam-se a outros investigados que não haviam sido alvo de mandados de prisão na primeira etapa.

Em Umuarama foram presos um empresário e um diretor da Associação Beneficente Noroeste do Paraná – Norospar. O terceiro mandado foi cumprido em Iguaraçu, próximo a Maringá.

As buscas foram cumpridas nas residências dos investigados e nas sedes das empresas, para a obtenção de documentos que sirvam para a confirmação das provas já produzidas a partir de diligências de campo, interceptações telefônicas e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático.

O Hospital Norospar emitiu uma nota à imprensa onde afirma estar colaborando com a “‘Operação Metástase’, atuando junto ao Ministério Público para elucidação dos fatos investigados”. Afirma ainda que: “É de interesse total da instituição que todas as nuances do caso sejam devidamente apuradas, com vistas à recuperação de patrimônio que restar comprovadamente desviado”. Também afirmou que o funcionário preso nesta quarta-feira estava afastado de suas funções desde o dia 05 de maio último, quando o Ministério Público deflagrou a primeira fase da operação.

Sequestro de bens

Com autorização judicial, houve o sequestro e apreensão de cinco veículos dos investigados, com vistas a buscar a garantia de reparo dos danos causados ao patrimônio público pelos desvios praticados. Os bens deverão ir a leilão, podendo ser utilizados temporariamente por autoridades de segurança até que sejam leiloados.

Metástase

A Operação Metástase é conduzida pelo núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e pelo núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidades do MPPR.

Segundo o Ministério Público, é investigada a atuação de uma organização criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato e falsidade ideológica a partir de supostos desvios na área da saúde no Município de Umuarama, além de fraudes em licitações (direcionamento para empresas de interesse do grupo), fraudes em contratações diretas (também com favorecimento a empresas ligadas ao grupo), superfaturamentos e corrupção ativa e passiva (com depósitos em contas de investigados e de terceiros).

Notas frias

De acordo com o MP, as investigações revelaram a possível existência de duas empresas de fachada utilizadas por servidores públicos e dirigentes de uma entidade hospitalar filantrópica de Umuarama para emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos.

Segundo o Ministério Público, em apurações, as duas empresas teriam sido responsáveis por emitir R$ 2.589.784,70 em notas frias, sendo R$ 1.772.900,00 relativos a supostas obras e serviços de reformas não executados e R$ 816.884,70 referentes a materiais hospitalares (como luvas cirúrgicas e máscaras) que não foram fornecidos.

Investigação

As investigações foram iniciadas pelo Gepatria de Umuarama, com apoio do Gaeco de Cascavel, no começo de 2020. Diante do envolvimento de suspeitos com prerrogativa de foro, também atua na apuração a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPPR.

Norospar

A Associação Beneficente Noroeste do Paraná – Norospar vem a público informar que tem colaborado com a ‘Operação Metástase’, atuando junto ao Ministério Público para elucidação dos fatos investigados. É de interesse total da instituição que todas as nuances do caso sejam devidamente apuradas, com vistas à recuperação de patrimônio que restar comprovadamente desviado.

Quanto ao funcionário citado nas reportagens, informamos que ele segue afastado desde 5 de maio de 2021, quando a investigação foi desencadeada.

Assessoria Jurídica e de Imprensa da Norospar.

Primeira Fase

Na primeira fase da Operação Metástase o Gaeco e o Gepatria cumpriram sete mandados de prisão e 62 de busca e apreensão em Umuarama, no último dia 05 de maio. Entre os presos estavam empresários, um diretor do Norospar e servidores públicos municipais.