Umuarama

Brain Drain

“Fuga dos Cérebros” é vista como um dos entraves no desenvolvimento de Umuarama

08/05/2023 11H40

Jornal Ilustrado - “Fuga dos Cérebros” é vista como um dos entraves no desenvolvimento de Umuarama
Conforme o presidente da Sociou e professor da Unipar, Bruno Oliveira, já existem levantamentos bibliográficos que constataram a fuga dos cérebros em microrregiões paranaenses

Em um movimento na busca por detectar os gargalos no desenvolvimento real e sustentável de Umuarama, a Sociedade Civil Organizada de Umuarama (Sociou) iniciou um estudo sobre a saída de profissionais qualificados da cidade para os grandes centros. As consequências dessa emigração são a escassez de profissionais qualificados, sendo que no médio e longo prazo, prejuízos à economia e ao desenvolvimento interno local.

Conforme o presidente da Sociou e professor da Universidade Paranaense (Unipar), Bruno Oliveira, já existem levantamentos bibliográficos que constataram a fuga dos cérebros em microrregiões paranaenses, ou seja, a saída de profissionais gabaritados e que poderiam ser os principais atores do desenvolvimento da região para grandes centros. “Essa fuga ocorre devido a diversos fatores, como salário, logística, IDH, qualidade de vida e incentivo”, ressaltou o presidente.

“Essas microrregiões poderiam usar essa força motriz enquanto está ali, mas acabam formando profissionais qualificados para os grandes centros. Não que os grandes centros não tenham capacidade de formação, porém, existem diversos centros universitários com potencial de formação de mão de obra espalhados pelo Paraná”, disse.

Neste cenário e com apoio da Unipar, Bruno Oliveira conta que iniciou um estudo para identificar fatores da diáspora dos especialistas. “Estamos levantando junto com Unipar e com uma margem de três anos, o local de residência dos egressos. Com essa informação inicial dá para ter uma ideia da taxa de retenção de cérebros”, contou.

Para o entrevistado é necessário um esforço conjunto de toda a sociedade para entender a importância de estudar da fuga de cérebros e reduzir esse processo. “Sabemos que a cidade não tem capacidade para absorver toda a mão de obra que forma, mas é necessário reter uma parcela dessas pessoas que jogamos no mercado. Não existem políticas públicas que promovam a retenção de talentos na cidade. Por exemplo, se formamos 120 médicos por ano, o que será feito para reter parte desses médicos em nossa região?”, ressaltou.

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GARGALO

Ainda sem o município ter identificado sua vocação econômica, Oliveira acredita que um dos motivos de Umuarama não apresentar um desenvolvimento real dos setores e a pouca retenção de especialistas. “Estamos tentando achar a solução para consequência ou sintoma do não desenvolvimento, mas não estamos observado o gargalo do não desenvolvimento. O tripé de qualquer empresa é a tecnologia, processos e pessoas. Para empresa é possível ajustar a tecnologia e os processos, mas se não tem os profissionais bem formado ou gabaritados para assumir a função certa o processo e a tecnologia não ocorre”, alertou Bruno Oliveira.

Pesquisa

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as microrregiões de Londrina, Ponta Grossa, Umuarama, Cornélio Procópio e Faxinal foram as regiões que mais perderam profissionais.