Esporte
A discussão sobre quem é o maior tenista de todos os tempos pode nunca ter fim, tampouco um consenso. Afinal, há argumentos quantitativos, qualitativos e subjetivos de sobra para defender tanto Roger Federer quanto Rafael Nadal ou Novak Djokovic. Dominantes em quadra nas últimas duas décadas, eles revolucionaram o esporte e formam hoje o trio mais vencedor da história da modalidade.
Dos títulos de Grand Slam ao número de semanas como número 1 do mundo, medalhas olímpicas e premiações milionárias, o Big 3 divide uma porção de recordes, mas, entre tantas façanhas e conquistas, qual deles levantou efetivamente o maior número de troféus ao longo da carreira?
Mais velho do grupo, o recém aposentado Roger Federer começou a brilhar antes mesmo do surgimento dos dois rivais. Profissional desde 1998, o suíço venceu seu primeiro torneio no extinto ATP de Milão, em 2001. De lá até o fim da carreira, aos 41 anos, acumulou impressionantes 103 títulos, sendo 20 Grand Slam, seis ATP Finals, 28 Masters 1000, 24 ATP 500 e 25 ATP 250.
Em outubro de 2001, surgiu no circuito Rafael Nadal. Assim como Federer, sua primeira conquista veio três anos após a estreia no profissional e num torneio que hoje também está fora do calendário, o ATP de Sopot. Até o momento, o espanhol de 36 anos soma 92 títulos de simples, incluindo 22 Grand Slam, uma Olimpíada (Pequim-2008), 36 Masters 1000, 23 ATP 500 e 10 ATP 250.
Por sua vez, Novak Djokovic se profissionalizou em 2003. Exatamente como seus colegas, o sérvio demorou três anos para se sagrar campeão na elite, ao vencer o ATP de Amersfoort, que também não existe mais. Aos 35 anos, Nole possui hoje 90 troféus na sua prateleira, dos quais 21 são de Grand Slam, cinco do ATP Finals, 38 de Masters 1000, 15 de ATP 500 e 11 de ATP 250.
Apesar de não entrar na conta oficial de conquistas individuais, o Big 3 também pode se orgulhar de ter conquistado a Copa Davis, espécie de Copa do Mundo do tênis, disputada entre países. Enquanto Djokovic e Federer participaram das únicas conquistas de Sérvia e Suíça, em 2010 e 2014, respectivamente, Nadal foi campeão em cinco oportunidades com seus companheiros: 2004, 2008, 2009, 2011 e 2019. Djoko ainda venceu a ATP Cup, competição similar à Davis que teve apenas três edições e será extinta a partir de 2023.
A hegemonia do Big 3
Desde que Federer conquistou Wimbledon em 2003 e deu início a uma era de domínio do trio, 77 torneios de Grand Slam foram disputados e 63 foram vencidos por algum dos três. Os 14 restantes foram divididos entre dez jogadores diferentes: Andy Roddick, Gastón Gaudio, Marat Safin, Juan Martín Del Potro, Andy Murray, Marin Cilic, Stan Wawrinka, Dominic Thiem, Daniil Medvedev e Carlos Alcaraz.
Com a ausência de Roger a partir de agora, Djoko e Rafa têm a oportunidade de ampliar sua vantagem frente ao suíço em algumas estatísticas e, ao que tudo indica, as chances são bem grandes de isso acontecer. Afinal, o peso de suas histórias, aliado à impressionante capacidade de derrotar qualquer adversário, faz com que ambos, apesar da idade, ainda figurem entre os favoritos em qualquer competição que disputarem.
Nos sites de aposta esportiva, os dois aparecem entre os principais postulantes a vencerem os torneios de Grand Slam em 2023. O sérvio lidera a lista dos quatro Majors, enquanto o espanhol aparece em quinto no Australian Open, terceiro em Roland Garros e quarto em Wimbledon, ficando fora das projeções apenas no US Open.
Ao longo dos últimos anos, o surgimento de novos jogadores trouxe à pauta quem poderia ser o natural substituto do Big 3. Nomes como Alexander Zverev, Daniil Medvedev, Stefanos Tsitsipas e Dominic Thiem sempre estiveram na parte de cima do ranking e brigaram por troféus, mas apenas Medvedev e Thiem já conquistaram seu Slam, sendo que o austríaco vem tendo dificuldades para recuperar sua melhor forma após uma série de lesões.
Quem vem mesmo abrindo caminho e pinta como novo fenômeno do esporte é o espanhol Carlos Alcaraz. Aos 19 anos de idade, ele se tornou o mais jovem número 1 da história do tênis masculino e é o atual campeão do US Open. Especialistas e ex-jogadores apontam que Carlitos mistura virtudes de Roger, Rafa e Nole e tem tudo para ser o grande nome das quadras nos próximos anos.