Umuarama

CORRIDA CONTRA O TEMPO

Família precisa levantar ao menos R$ 16 mil para bebê não ficar cego

05/07/2021 17H18

Jornal Ilustrado - Família precisa levantar ao menos R$ 16 mil para bebê não ficar cego

Umuarama – O pequeno Bernardo Porto Rodrigues, que completa dois anos de vida no próximo dia 24, espera ganhar o presente de continuar a enxergar. Ele nasceu com glaucoma congênito e precisa passar com urgência por uma cirurgia no olho direito para não ficar cego.

A família, moradora da Vila Rural São Carlos, no distrito de Lovat, em Umuarama, está em uma verdadeira corrida contra o tempo para levantar a quantia necessária para o procedimento, previsto para ocorrer no próximo dia 22 de julho, em Curitiba.

Campanha

Segundo a mãe Rosilene de Sousa Porto, a família já conseguiu levantar pouco mais de R$ 4 mil e está contando com a colaboração da comunidade para angariar o que falta. “Estamos fazendo rifas e também pedindo ajuda. Estamos fazendo o que podemos e o que não podemos para que o Bernardo não perca a visão no olho direito”, contou ela.

Risco de ficar cego

O menino já passou por três procedimentos e o quarto estava programado para o dia 24 de junho último, mas não pode ser realizado por causa da piora do quadro clínico do olho direito da criança.

“No último exame sob anestesia geral, no dia 24/06/2021, o paciente apresentou pressão intra-ocular no olho direito de 30 mmHg e no olho esquerdo de 15-17 mmHg (…). O olho direito apresenta edema córnea ++/IV devido a pressão intra-ocular elevada. Paciente necessita de reintervenção cirúrgica com urgência no olho direito”, consta em carta disponibilizada pelo médico oftalmologista Lisandro Sakata, de Curitiba, que faz o acompanhamento de Bernardo e realizou as demais cirurgias.

Ainda segundo consta no documento médico, Bernardo precisa realizar o procedimento com urgência sob o risco de perder a visão direita. “O médico disse que teria que remarcar e que agora é uma cirurgia de adulto, que está sendo estudado como fazer. Com isso, o dinheiro que tínhamos não é mais suficiente para pagar o procedimento e não conseguimos pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, explicou Rosilene.

Jornal Ilustrado - Família precisa levantar ao menos R$ 16 mil para bebê não ficar cego

Os custos

Segundo a mãe de Bernardo, a cirurgia está estimada em R$ 8 mil e os outros R$ 8 mil são para exames complementares que devem ser realizados posteriormente. “Não sei ainda quantos exames o Bernando vai ter que fazer. O médico não disse, mas cada um sai por R$ 1,5 mil, sem contar a medicação que também é cara”, explicou Rosilene.

A família cuja renda não chega a R$ 2 mil para cinco pessoas, gasta cerca de R$ 500 mensais nos colírios usados pelo Bernardo diariamente. “A gente passa necessidade de outras coisas, mas não tem como deixar o remédio dele faltar. Fazendo o tratamento certinho já está difícil, imagine se não fizer”, relatou a mãe do menino.

A doença ainda não tem cura e o tratamento é contínuo para manter o glaucoma sob controle.

SUS

O Jornal Umuarama Ilustrado entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Umuarama, 12ª Regional de Saúde e Ministério Público sobre a situação do Bernardo.

O Ministério Público

O Ministério Público respondeu por telefone que a família de Bernardo Porto procurou ajuda no órgão em março de 2021. Que o MP oficiou a Secretaria de Saúde de Umuarama se o tratamento seria coberto pelo SUS e que em maio último o Município respondeu ao ofício informando que o procedimento é coberto sim pelo SUS, mas realizado fora de Umuarama e que a criança estaria em uma lista de espera de pacientes. Ainda segundo o MP o documento não cita prazo ou estimativa de tempo que levaria para chegar a vez do Bernardo.

A Secretaria de Saúde

Em nota, a Secretaria de Comunicação de Umuarama informou que “A Secretaria de Saúde informou que no setor de TFD (transporte de pacientes para atendimento fora do domicílio) não existe nenhum registro ou solicitação com o nome do paciente. A secretária Maria Harue orienta à família que se apresente com os encaminhamentos médicos à secretaria para que possa ser estudada uma solução diante das possibilidades do município”.

Regional de Saúde

Em contato com a chefe da 12ª Regional de Saúde, Viviane Herrera, a mesma informou que a princípio não teria conhecimento da situação e que estaria verificando todas as possibilidades junto ao Município e também a Regional de Saúde para apresentar uma solução para o caso de Bernardo. A conclusão do levantamento deve estar pronta no início da próxima semana.

O Jornal Umuarama Ilustrado continuará acompanhando o caso de Bernardo.

Serviço

Enquanto a família não tem a certeza de que o tratamento de Bernardo poderá ser custeado através do SUS, continua atrás dos valores para bancar a cirurgia, que já tem data marcada para ocorrer: no próximo dia 22.

Para isso está realizando uma rifa no valor de R$ 5,00 cada. Quem puder colaborar pode entrar em contato com Rosilene Porto, mãe de Bernardo, pelo telefone 44 9-9955-9407.

Se preferir, pode colaborar com qualquer valor. O depósito pode ser feito em uma conta poupança em nome de Rosilene mantida para essa finalidade.

PIX : 041.675.499-64

CEF. Agência 0570 operação 013 (poupança), conta 54772-9, em nome de Rosilene Sousa Porto

O caso do Bernardo

Segundo o médico oftalmologista Lisando Sakata, Bernardo “apresenta necessidade de acompanhamento do glaucoma congênito, pois apresenta neuropatia óptica glaucomatosa avançada em ambos os olhos, com nível de pressão intra-ocular controladas no momento no olho esquerdo, com uso contínuo de medicações e após cirurgias anti-glaucomatosas, mas não controlada no olho direito – apesar de tratamento clínico máximo”.

O que é glaucoma congênito?

O glaucoma congênito é uma doença rara dos olhos que afeta crianças desde o nascimento até aos 3 anos de idade, causada pelo aumento da pressão dentro do olho devido ao acúmulo de líquido, podendo afetar o nervo óptico e levar à cegueira quando não tratada.

O bebê que nasce com glaucoma congênito apresenta sintomas como córnea turva e inchada e aumento dos olhos. Nos locais em que não há o teste do olhinho só costuma ser detectado por volta dos 6 meses ou até mais tarde, o que vem a dificultar o melhor tratamento e o prognóstico visual da criança. Informações Site Tua Saúde (https://www.tuasaude.com/glaucoma-congenito/)