EM UMUARAMA
Entre os dias 1° de janeiro e 31 de maio de 2023, nada menos que 25.684 pacientes não compareceram às consultas médicas com especialistas agendadas no CEM (Centro de Especialidades Médicas), mantido pela Secretaria Municipal de Saúde de Umuarama para atendimento ao SUS (Sistema Único de Saúde). Isso significa que, por mês, mais de 5.100 pessoas marcam horário e simplesmente não aparecem.
O prejuízo para a saúde pública, em geral, é muito grande, conforme alerta o secretário municipal de Saúde, Herison Cleik Silva Lima, observando que o recorde de ausências sempre foi – e continua sendo – na ortopedia, com 6.371 faltas nesse período de 151 dias, ou seja, ao menos 42 pessoas que deveriam ir fazer consulta com o ortopedista por dia deixam de receber o atendimento marcado.
“Em segundo lugar vêm as consultas psiquiátricas, com 4.504 faltas; depois vem a cardiologia, com 2.856 ausências, a endocrinologia e metabologia, com 2.629 faltas, e a neurologia, com 1.817 faltas. É algo realmente preocupante”, aponta o secretário.
A diretoria municipal de Saúde, Simony Rodrigues Bernardelli Rosa afirma que nunca é demais destacar que, além de privar outras pessoas de terem recebido atendimento médico, as faltas geram prejuízos para toda a comunidade. “Trata-se de um problema que prejudica o bom funcionamento do CEM e das clínicas conveniadas, aos profissionais que se dedicam para poder prestar um bom serviço à comunidade e a todo o sistema de saúde brasileiro”, analisa.
Simony relata que a Secretaria Municipal de Saúde estruturou um call center, uma sala com vários profissionais que ficam encarregados de entrar em contato com cada um dos pacientes que fizeram agendamento de consultas, exames e outros procedimentos nas UBS da cidade. “Os atendentes ligam, muitas vezes com mais de cinco tentativas, nos telefones cadastrados nas fichas dos pacientes. Daí eles avisam que a consulta vai ser tal dia (geralmente no dia seguinte), tal horário. A pessoa confirma que vai e depois não aparece”, lamenta.
Se acaso esse paciente dissesse que não poderia ir, haveria uma chance de liberar a vaga para outra pessoa que estava na fila, muitas vezes em estado de saúde muito pior. “Além do mais, a pessoa que falta volta para a final da fila, o que torna a espera pela consulta ainda maior, podendo atrapalhar um tratamento importante”, pontua, acrescentando que o índice de faltas ultrapassa 30%.