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Facebook censura fotos de Sebastião Salgado de tribo indígena da Amazônia

04/09/2018 22H13

Jornal Ilustrado - Facebook censura fotos de Sebastião Salgado de tribo indígena da AmazôniaO Facebook impediu que usuários compartilhassem o especial da Folha de S.Paulo “Sebastião Salgado na Amazônia”, publicado no último domingo (2). A série de reportagens inclui fotos dos índios suruwahas em seus trajes tradicionais, com os corpos parcialmente nus.
O diretor de cinema Roberto Gervitz compartilhou no seu perfil pessoal, cujas publicações são visíveis por qualquer pessoa na rede, o link do site do jornal para as imagens.
Cerca de três horas depois, foi surpreendido com uma mensagem do Facebook: “sua publicação viola nossos Padrões da Comunidade sobre nudez ou atividade sexual. Ninguém mais pode ver a sua publicação”.
A medida tomada pelo Facebook é absurda, disse Gervitz. O diretor afirma que nunca teve dificuldades de postar conteúdos parecidos na rede antes.
Na tarde de segunda-feira (3), a reportagem tentou compartilhar o mesmo link em outro perfil.
A rede social classificou o post como “spam” e, mesmo depois que o usuário confirmou a autoria da publicação, o conteúdo permaneceu indisponível.
Não é a primeira vez que o Facebook remove imagens de índios por considerar que elas violam suas regras contra nudez.
A conta da Funai (Fundação Nacional do Índio) na rede social foi bloqueada durante sete dias no fim de agosto por uma foto em que índias da tribo Waimiri Atroari estão com seios à mostra.
A fundação fez um post no Instagram, aplicativo de compartilhamento de fotos que pertence ao mesmo grupo econômico do Facebook, em que criticou a decisão.
Segundo a Funai, foi a terceira vez que a empresa bloqueou seu perfil. A rede pediu desculpas pelo ocorrido e restituiu o acesso à página da fundação e à publicação original.
OUTRO LADO
Procurado, o Facebook pediu desculpas pelo ocorrido e informou que o post com o link do especial havia sido “incorretamente removido”.
“Apesar de nossos Padrões da Comunidade não permitirem nudez, buscamos compreender o valor histórico, noticioso e cultural durante o processo de análise de conteúdos”, afirmou em nota.
Na tarde desta terça (4), o post publicado pela reportagem estava disponível na rede.
A empresa informou também que se comprometeu, em abril deste ano, a desenvolver um mecanismo de “recurso de apelação”. Ele permitirá que os usuários questionem a remoção de conteúdo por nudez, atividade sexual, discurso de ódio ou violência explícita. (Folhapress)