Umuarama

Saúde

Excessos das festas de fim de ano podem gerar a “síndrome do coração festeiro”

31/12/2022 07H23

Desde meados de dezembro o perfume das férias e das festas de fim de ano estão no ar e com isso algumas pessoas exageram no cardápio dos almoços e jantares, e principalmente nas bebidas alcoólicas. A época é repleta de confraternizações, festas e ceias; o fato é que os excessos para alguns podem ser muito perigosos.

Em meio aos exageros o corpo pode não aguentar e a pessoa ser acometida pela “síndrome do coração festeiro”. A patologia foi anotada pelo pesquisador Philip Ettinger e sua equipe da CMDNJ-New Jersey Medical School (EUA). Os médicos notaram um alto número de internações em diversos hospitais com os mesmos sintomas, após participar de festas de final de ano.

Eder Voltolini, médico da equipe da hemodinâmica do Hospital Instituto Nossa Senhora Aparecida de Umuarama, (foto) ressaltou que trabalhos também foram anotados na Espanha e Portugal, sempre relacionando os excessos do fim de ano e sintomas cardiovasculares. “Próximo dos fins de semana, datas comemorativas festivas como Carnaval, Natal e Virada de Ano, começamos a notar nos hospitais mais casos de arritmia, infarto e insuficiência cardíaca”.

Jornal Ilustrado - Excessos das festas de fim de ano podem gerar a “síndrome do coração festeiro”

Os problemas estavam diretamente ligados ao excessivo de consumo de álcool, além de comidas gordurosas, doces, fumo e demais drogas. “Nestas épocas observamos em pessoas jovens e saudáveis mais infartos e arritmias, já para pessoas com mais de 40 anos descompensação nas doenças de base como hipertensão, diabetes e também das arritmias”, explicou o médico, que ainda alertou que o principal vilão para a síndrome é o álcool, pois não existe uma dose que não seja prejudicial a saúde.

BEBIDA ALCOÓLICA

Conforme a médica cardiologista Érika F. de Carvalho Teologides, da Clínica CEOOCO de Umuarama, (foto) o consumo de álcool no Brasil é superior à média mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Nos feriados prolongados, é comum o consumo exagerado de álcool com energético
Para aguentar a maratona de festas. Essa mistura pode aumentar a pressão arterial, causar palpitações e arritmias cardíacas”, enfatizou.

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Ainda segundo a cardiologista Érika, existe também um maior risco de morte súbita cardíaca com o abuso de álcool, independentemente se há ou não doença cardíaca de base. “O sintoma se resume em palpitações abruptas, que se persistentes, podem causar coágulos e trombos (se a pessoa tiver propensão). Contudo, a alteração cardíaca tende a desaparecer quando o indivíduo para de beber as doses elevadas, não deixando doenças cardíacas residuais” explicou.

MUDANÇA DE HÁBITO

O médico Eder Voltolini ressaltou a necessidade de mudanças de hábitos no sentido de manutenção da saúde. “Nos criamos como adultos que para ser felizes é preciso chamar a família para um churrasco regado a bebida alcoólica e doces com excesso de açúcar. Esse é um problema cultural do mundo inteiro e precisa ser observado, mudar o foco e encontrar a felicidade em outros pontos é a melhor opção. É um preço muito caro que se paga por um pequeno momento de prazer”, enfatizou o entrevistado.

RECOMENDAÇÃO

A recomendação médica é manter os exames de rotina em dia, e evitar os excessos em festas e celebrações de fim de ano, para que os momentos sejam apenas de alegria. Principalmente no meio familiar, organize para passar uma virada de ano tranquila, harmônica e com todos com saúde e amor.