Zona Azul
Com o fim do estacionamento rotativo em Umuarama, empresários e trabalhadores do comércio estão preocupados com a dificuldade do consumidor chegar até suas lojas. Já na perspectiva dos usuários do estacionamento as opiniões estão divididas, mas uma opinião entre as partes é comum: “a dificuldade de estacionar nas ruas e avenidas centrais da cidade”.
O jornal Umuarama Ilustrado percorreu as empresas mais antigas situadas na avenida Paraná e todos os entrevistados registraram a reclamação de prejuízo nas vendas, associado a dificuldade de o cliente chegar até as lojas. Outra situação levantada pelo presidente da Associação Comercial de Umuarama (ACIU), Orlando Santos, é a falta de consciência de alguns empresários e funcionários que deixam os veículos na frente das lojas, ocupando vagas que poderiam ser utilizadas por consumidores.
“Onde esses veículos ficavam quando tinha a Zona a azul? Quem paga a conta é o próprio empresário e funcionário, pois o cliente acaba buscando outras opções de compra por dificuldade de chegar até a loja, principalmente os consumidores da região. Apelamos para a consciência das pessoas até passar esse momento sem o estacionamento rotativo”, alertou.
Olaide Magalhães é gerente de loja e atua no comércio desde antes da implantação do estacionamento rotativo. Conforme a entrevistada o estacionamento pago precisa voltar. “O cliente reclama, pois tem que deixar seu carro dois ou três quarteirões para conseguir fazer uma compra ou pagar a conta. Isso afetou muito nosso comércio, pois muitos deixam de comprar”, disse.
Rosa Ferreira, também gerente, fala que muitos funcionários e empresários deixam os carros e motos estacionados durante o dia todo e quando o cliente chega, não tem espaço. “Se passar pela avenida Paraná às 8 horas você já ve os carros e motos estacionados. Resultado: cliente perde a paciência de ficar rodando e vai embora”, alertou.
A gerente Vanessa Mendes ressalta que a reclamação com a Zona Azul eram as multas e a necessidade de fazer compras rápidas. Entretanto, agora a situação ficou bem pior, contou a entrevistada. “O cliente não acha estacionamento e acaba indo embora. Se tratando dos clientes que chegam da região, a reclamação é muito grande”, noticiou.
Conforme dados do Detran-PR, Umuarama conta com 73 mil veículos (automóveis, caminhonetes e motocicletas) em circulação e se contar os veículos que chegam das cidades vizinhas esse número aumentam em mais de 10 mil. Porém, hoje se contar as vagas do antigo estacionamento rotativo de Umuarama são 4 mil vagas para carros e 1.500 para motos. Neste pequeno levantamento é possível observar como é difícil achar uma vaga no centro da cidade.
Segundo o procurador jurídico da Prefeitura de Umuarama, Heber Lepre Fregne, o edital para contratação da empresa que realizará a implantação do novo estacionamento rotativo da cidade será publicado no próximo dia 31, ou seja, daqui 15 dias. “Nessa licitação vamos abrir o envelope com a habilitação das empresas, caso não aja recursos e as empresas renunciem ao prazo de recurso, de imediato vamos verificar qual a melhor proposta”, explicou.
“Verificando a melhor proposta, vamos marcar uma data para uma comissão da Prefeitura analisar o sistema que a empresa oferece para ser aplicado na cidade. Desta forma, observar se tal sistema pode ser auditado e se é condizente com as exigências feitas pela Administração Municipal.
Se tudo correr bem, no processo de licitação, a previsão é que em outubro o sistema rotativo comece a rodar”, falou Lepre.
Entre as mudanças ressaltadas pelo procurador, a principal seria a cláusula que orienta a empresa ganhadora da licitação a faturar com a venda de cartões e não com a aplicação de multas. “Verificamos que a população de Umuarama estava reclamando administrativamente e judicialmente a respeito das multas, falta de tolerância inicial e preço do aviso de regularidade. Desta forma, todos esses itens foram revistos no edital visando promover a harmonia entre usuários e empresa”, ressaltou.
