Agosto Branco
O câncer de pulmão é o segundo mais comum no Brasil, tanto entre homens quanto nas mulheres e em aproximadamente 90% dos casos, a doença está associada ao tabagismo. Com o objetivo de diminuir esses índices, neste mês, ocorre a campanha “Agosto Branco” visando a prevenção e conscientização para este tipo de câncer.
Conforme o médico pneumologista Renato Ricci Kauffmann, a campanha este ano prevê o combater ao tabagismo, uma vez que o cigarro, o cigarro eletrônico, narguilé e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. “O principal fator de risco para o câncer de pulmão é o tabagismo, pois 90% dos pacientes deste tipo de câncer fumam. Uma pessoa que fuma há 40 anos um maço de cigarro por dia, tem chance desenvolver câncer de pulmão cerca 20% a mais que a população em geral”, explicou.
Outros fatores de risco menos comuns são ser fumante passivo (permanecer próximo a pessoa que fuma entre 3 a 4 horas), trabalhadores da indústria do amianto, agricultores que trabalham com veneno e histórico familiar de câncer de pulmão.
A possibilidade de cura do câncer de pulmão está relacionada ao estágio do tumor, por isso realizar o rastreio e o diagnóstico precoce é importante. “Os pacientes dentro do grupo de risco devem procurar um médico para fazer o rastreio, que se dá pela tomografia de tórax. Desta forma, o risco do tumor chegar a fases avançadas diminui. O objetivo de fazer o rastreio, principalmente para pessoas entre 55 a 79 anos, é aumentar as porcentagens de cura. No estágio inicial do tumor 60% dos pacientes conseguem ser curados”, explicou o médico.
O alerta do pneumologista se deve aos poucos sintomas do câncer de pulmão em fases precoces. “Em um cenário nacional, 85% das pessoas só descobrem o câncer quando os sintomas aparecem. Mas nesse caso, o tumor já está em um estágio avançado, pois no início quase não existem sintomas. Daí ai importância do rastreio”, alertou Kauffmann.
Os sintomas da doença agravam-se conforme ela avança e entre eles, estão tosse persistente, tosse com sangramento, falta de ar, dor ao respirar e perda de peso inexplicada.
O narguilé pode parecer inofensivo em relação a outros produtos dentro do tabagismo, mas assim como todos os produtos de tabaco fumados, causa câncer de pulmão, boca e bexiga, estreitamento das artérias e doenças respiratórias. Além disso, ao compartilhar o narguilé com outros usuários, o fumante pode ficar exposto ao vírus como coronavírus, herpes e a outras a doenças da boca.
Uma segunda preocupação do médico entrevistado pelo Umuarama Ilustrado é o cigarro eletrônico. “O lobe da indústria do tabaco é que o cigarro eletrônico ajudaria as pessoas a parar de fumar, mas não foi isso que aconteceu. Na verdade foi o início para novos tabagistas, principalmente os adolescentes e jovens atraídos pelas essências”, disse o pneumologista.
