Saúde
Se você está com medo de pegar o coronavírus e acredita que vai ficar aumentar a sua imunidade consumindo suplementos vitamínicos, cuidado!
Além de não existir até o momento qualquer estudo científico que comprove essa teoria, você corre o risco de ter comprometimentos sérios na sua saúde, com o que médicos e nutricionistas chamam de hipervitaminose, que é o excesso de vitaminas no organismo. Ou seja, seu corpo tem tanta que te faz mal.
“Não é porque é natural que pode consumir sem se preocupar”, alerta a nutricionista Fernanda Cardoso. Ela salienta que o consumo de suplementos e de vitaminas deve ser feito com um acompanhamento profissional e que nem todos precisam.
Segundo a médica Carla Dalponte o ser humano têm duas formas de imunidade. A inata, com a qual nascemos e é reforçada pelo aleitamento materno e está diretamente ligada a herança genética e a adquirida, decorrente de hábitos diários e do estilo de vida, que engloba vacinas, alimentação, sono, nível de stress, entre outros fatores.
“Não basta consumir vitaminas e complexos vitamínicos para garantir uma boa imunidade. É a nossa rotina e hábitos de vida que vão contar”, salientou a médica.
“É comum as pessoas terem falta de vitamina D por causa da pouca exposição ao sol, principalmente, mas somente após exames é que se poderá saber se a pessoa vai precisar consumir essa vitamina uma ou duas vezes por semana, todos os dias, uma vez ao mês. Vai depender de cada caso”, explicou a nutricionista Fernanda Cardoso.
Ter muita vitamina D pode levar ao excesso de cálcio no organismo. Esse cálcio que ‘sobra’ e não é absorvido pelos ossos pode calcificar em outras partes do corpo, como nos rins, causando os famosos cálculos renais.
Quando o assunto é prevenir a gripe, sempre tem alguém com uma receitinha na ponta da língua: “Toma vitamina C” e tá tudo resolvido. Não é bem assim alertam os especialistas!
Tem que haver um equilíbrio e Fernanda faz uma alerta: essa vitamina potencializa a absorção de ferro no organismo que em excesso deixa o sangue ‘mais grosso’ e dificulta a circulação sanguínea. “A pessoa passa a ter fadiga, se sentir mal e pode estar andando na rua e ter um AVC ou mesmo um infarto, em situações mais graves”, salientou.
A nutricionista é defensora da volta as origens quando se trata de cuidar da saúde, com respeito a algumas regras como: comida saudável, prática de atividades físicas, sono na medida certa, vida sem stress, ou seja, práticas que nos levam a um equilíbrio do organismo.
A nutricionista ainda fez uma ressalva no consumo de suplementos vitamínicos e que o melhor é a comida natural. “Entre uma cápsula de polivitamínico e um prato de salada colorido, fique com a salada. O nosso corpo é uma máquina perfeita. Ele vai absorver três vezes mais os nutrientes da salada do que da vitamina industrializada, que muitas vezes nosso organismo nem reconhece”, afirmou.
O medo de se contaminar pelo coronavírus têm levado pacientes de doenças graves como diabetes, pressão alta e problemas cardíacos a interromperem o tratamento. A ação pode trazer consequências sérias, garantem os médicos.
“Quando o paciente tem uma comorbidade e contrai o coronavírus, ele chega com um quadro da doença preexistente descompensado o que agrava o quadro do Covid19”, explicou. “Mais importante que consumir vitaminas parar aumentar a imunidade é cuidar de doenças como o diabetes e a pressão alta”, salientou a médica Carla Dalponte. Ela tem atuado desde o início da pandemia do coronavírus no tratamento direto dos pacientes positivados junto ao hospital Uopeccan.