Futuro
O mundo vem passando por fortes transformações ambientais, como a crise hídrica e a elevação das temperaturas. A situação vem impactando a vida do ser humano e no Brasil, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), existe dificuldade para atender a demanda de energia do País em novembro. Essa junção de fatores e principalmente a elevação dos valores da energia elétrica estão impulsionando pessoas a buscarem energias renováveis, como a solar.
O Brasil ocupa o 14º lugar na lista dos países com maior capacidade de geração solar em usinas de grande porte, em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos. Com esse potencial, o empresário no setor de energia solar, João Vitor Ribeiro Semensato, contou que a procura pela energia renovável vem aumentando ao longo dos últimos seis anos. “Ser independente da conta de energia da Copel ainda é o maior apelo para os umuaramenses buscarem a energia solar”, disse Semensato.
Mesmo com o amadurecimento do consumidor e muitas dicas na internet investir em energia solar ainda gera dúvidas. Segundo Semensato, de forma resumida, as placas fotovoltaicas são instaladas em pontos estratégicos do telhado, para que recebam a luz do sol com mais intensidade. Assim que o sol nasce, o processo de geração de energia é iniciado.
O sistema prossegue por meio de cabos condutores, a corrente elétrica é conduzida ao inversor solar (instalado próximo das placas) que converterá a energia elétrica gerada para as características da rede elétrica. Após passar pelo inversor, a energia está pronta para alimentar qualquer aparelho de sua casa ou empresa.
O especialista explicou que mesmo em dias nublados o sistema continua gerando energia, porém, em uma intensidade menor, já que quanto mais luz direta o painel solar recebe, mais energia elétrica será gerada. “A produção de energia depende da intensidade com que o sol atinge as placas. Em determinadas estações do ano, a produção tende a ser maior, como no verão. Se nem toda a energia produzida for consumida, o que sobra é lançado na rede elétrica, fazendo com que você ganhe créditos energéticos”, disse.
Antes de instalar a energia solar, João Vitor faz um questionário com o cliente para identificar quais suas necessidades e desta forma levar o gerador mais adequado. “Em determinado momento o sistema vai produzir mais energia do que é consumido na casa. Esse excedente é direcionado para a Copel, pois armazenar energia ainda inviável nas residências, devido o alto valor das baterias. Essa energia que foi para Copel volta para sua casa e forma de créditos, quando o sistema solar não estiver produzindo a quantidade necessária, por exemplo, em um período longo de chuva”, explicou.
A alta constate no valor da energia elétrica obriga algumas pessoas a reduzir o consumo, desta forma deixando de ligar ar-condicionado, freezeres, fornos entre outros eletros. “Com a energia solar você deixa de ser refém dos reajustes energia elétrica convencional. Você pode pensar sua casa para ter um melhor bem-estar, com ar-condicionado, automação entre outras situações”, ressaltou o entrevistado.
Os valores para imantação do sistema ainda assusta os consumidores, mas conforme Semensato o investimento tem retorno rápido. “Uma família que paga R$ 300,00 a R$ 400,00 de energia para Copel já pagou o valor do sistema solar a muito tempo, mas vai continuar pagando para companhia. Hoje temos bancos e principalmente cooperativas de crédito com linhas de crédito para a energia solar tornado essa independência palpável”, explicou.
Após a instalação do sistema solar ainda existe a necessidade re pagar a tarifa mínima para Copel. “As bandeiras tarifárias, que surgem devido a escassez de água, aumentou muito nos últimos anos e que tem maior impacto na tarifa. Com a energia solar, você não paga mais bandeiras no seu consumo, só sobre a tarifa mínima. Em 3 a 4 anos seu investimento começa a retornar para seu bolso”, ressaltou o empresário.
Crise hídrica derruba produção de Itaipu ao menor nível em três décadas, na região de Umuarama existe um deficit de chuvas de mais de 3 anos. Segundo o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática (IPCC) as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e vão se agravar nos próximos anos e décadas se nada for feito para mudar o quadro da crise climática e ambiental.
Desta forma a utilização de energia renováveis seria um dos caminhos para amenizar o impacto do homem na terra. “Hoje o que pesa para a instalação da energia solar é o valor da tarifa de energia elétrica. Mas um dos principais fatores a longo prazo é questão do meio ambiente”, finalizou João Semensato.