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Em dia volátil, Bolsa cai e dólar sobe para R$ 3,90 descolados do exterior

17/08/2018 00H00

Os mercados brasileiros viveram um dia de oscilação, apesar do viés positivo no exterior com o anúncio de que Estados Unidos e China voltarão à mesa de negociação para tentar resolver conflitos comerciais.
Pela manhã, o dólar caía em relação ao real, seguindo a desvalorização da moeda americana pelo mundo -das 31 principais divisas, 21 ganharam sobre o dólar. Na mínima, atingiu R$ 3,869.
A partir de 12h, no entanto, as cotações começaram a oscilar, e o dólar fechou em alta de 0,12%, a R$ 3,906.
Analistas apontam que investidores se assustaram com a notícia, vinculada pelo portal G1, de que o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) poderia ser alvo, antes do primeiro turno das eleições, de ações do Ministério Público de São Paulo por improbidade administrativa. Alckmin é o candidato preferido do mercado, que o vê como um nome mais reformista.
Logo após a notícia circular, o dólar chegou a bater R$ 3,927.
O presidenciável depôs nesta quarta-feira (15) ao Ministério Público paulista em inquérito que apura suposto caixa dois em campanhas de 2010 e 2014.O Ibovespa, que tinha leve alta, passou a cair e terminou em baixa de 0,34%, a 76.818,72 pontos. "O investidor está arisco em meio a tanta volatilidade e se assustou, saiu comprando dólar. Ninguém quer ficar para trás. Depois, o mercado para, pensa e se acomoda", diz Cleber Alessie, operador de câmbio da H.Commcor.
Segundo ele, o movimento é típico exemplo da temporada especulativa relacionada ao período das eleições. "Elas ficaram um pouco fora do radar com a situação na Turquia, mas agora voltaram para o horizonte do investidor", afirma.
Lá fora, o viés foi positivo para Bolsas e moedas emergentes, após a China anunciar que vai realizar nova rodada de negociações comerciais com os EUA, suavizando as preocupações sobre a guerra comercial entre os dois países. Uma delegação chinesa liderada pelo vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, se reunirá com representantes dos EUA liderados pelo subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais, David Malpass, informou o Ministério do Comércio chinês. (Folhapress)