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Sob risco!

Em 2020, Tite tentará recuperar prestígio e dar cara nova para seleção brasileira

18/12/2019 12H14

Jornal Ilustrado - Em 2020, Tite tentará recuperar prestígio e dar cara nova para seleção brasileira

O ano de 2020 será crucial para Tite na seleção brasileira. O treinador precisará dar uma nova cara ao time, reconquistar os torcedores e engrenar a equipe em meio a um calendário complicado. A partir de março começam as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Haverá ainda outras duas competições importantes: a Copa América e os Jogos Olímpicos de Tóquio.

O Brasil fechou a temporada em baixa, chegou a amargar uma sequência de cinco jogos sem vitória e a CBF foi bastante questionada por não conseguir agendar amistosos contra grandes seleções europeias e em locais não tão distantes do País. Tite sabe que não é mais unanimidade no cargo e deve aproveitar o próximo ano para dar, aos poucos, espaço aos jogadores mais jovens como Vinicius Junior e Rodrygo. E tem a missão de recuperar outros como Philippe Coutinho.

Muitos dos jogadores campeões da Copa América deste ano dificilmente chegarão em alta no Catar. Daniel Alves (36 anos), Thiago Silva (34), Miranda (34), Filipe Luís (33), Fernandinho (33) e Willian (31) são alguns exemplos de atletas que já passaram dos 30 e estiveram no torneio continental deste ano. A seleção será renovada.

Tite chegou aclamado à seleção brasileira em junho de 2016, no lugar do demitido Dunga. Era o início da caminhada rumo à Copa do Mundo da Rússia. Com o novo treinador, o Brasil decolou e terminou as Eliminatórias em primeiro lugar com folga. Mas veio o Mundial de 2018 e a queda nas quartas de final diante da Bélgica deu espaço para diversos questionamentos. Tite chegou a admitir que errou ao insistir em alguns atletas durante a competição.

Neste ano, a seleção se redimiu com a conquista da Copa América em casa, mas viu seu principal jogador, Neymar, se envolver em inúmeras polêmicas, ficar afastado dos gramados por causa de lesões e ser vaiado pelos torcedores do próprio clube, o Paris Saint-Germain. Tite defendeu seus comandados em todas as entrevistas, mas no fim do ano admitiu que os resultados foram abaixo do esperado.

“Queremos resultados e não estamos satisfeitos. Mas também sei que é uma etapa e os resultados de todos os momentos nesta fase de preparação é o menos importante. Nas Eliminatórias teve resultado? Teve. Na Copa do Mundo teve? Não. Na Copa América teve? Teve. Sei das etapas e sei da responsabilidade do técnico da seleção”, afirmou o treinador.

Tite tenta colocar o Brasil nos trilhos. Os jogadores têm talento, mas não formam um time de encher os olhos. O técnico já comandou a seleção em 48 partidas, metade delas em amistosos, como por exemplo os últimos cinco realizados depois da Copa América. Foram três empates – Colômbia (2 a 2), Senegal (1 a 1) e Nigéria (1 a 1) – e duas derrotas – Peru (1 a 0) e Argentina (1 a 0). A única vitória, o 3 a 0 sobre a Coreia do Sul, veio no último jogo do ano. A sequência voltou a colocar em xeque o trabalho do treinador, mas ele tenta olhar adiante, como se quisesse justificar que 2019 foi o ano do plantio e 2020 será o da colheita.

“Terminamos a fase de oportunidades, de mudanças, de modificações de sistema, de oportunizar nomes. Agora termina esse ciclo para a gente ter condições de projetar competições, com a necessidade de desempenho e resultado associados”, disse Tite.

É dessa forma que o Brasil vai entrar nas Eliminatórias em março de 2020. Seus três primeiros rivais serão Bolívia, Peru e Venezuela.