FIBROMIALGIA
Umuarama – Dores agudas e em todo o corpo que chegam a durar de dois a três meses, mas sem evidências de inflamações nos locais doloridos são relatos comuns em vítimas de fibromialgia. A doença que tem diagnóstico muitas vezes demorado por ausência de um exame específico, faz com que pacientes enfrentem a incompreensão, o preconceito e vivam a falta de aceitação dentro de casa e também na sociedade.
“Somos chamadas de ‘Maria das Dores’. O preconceito e a incompreensão começam dentro das nossas casas”, ressalta a presidente da Associação Paranaense dos Fibromiálgicos (Apafibro), Suely Sucupira, em alusão ao Dia Nacional de Conscientização da Fibromialgia, celebrado nesta sexta-feira, 12 de maio.
Suely, que convive com a doença há anos, reforçou que a aceitação pelo paciente e a ajuda e acolhimento da família fazem a diferença para garantir a qualidade de vida para quem sofre com o mal, que não tem cura. “A dor tira a dignidade do ser humano. Com ela, a gente não serve para nada. Por isso a importância de termos qualidade de vida e respeito”, afirmou a presidente da Apafibro.
A fibromialgia é uma síndrome que se caracteriza por dores musculares generalizadas e crônicas. É relativamente comum e afeta cerca de 2,5% da população mundial, com uma maior incidência em mulheres do que em homens, sobretudo entre 30 a 50 anos de idade´, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Os sintomas são variados, com evidência para dor difusa em músculos e articulações, geralmente associados a outros, como fadiga, distúrbios do humor, dificuldades de concentração, depressão, ansiedade e alterações do sono.
A fibromialgia também pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, o que, muitas vezes, dificulta uma completa melhora dos pacientes, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Suely Sucupira acredita que a melhora aconteça com a inclusão, aceitação e terapias ocupacionais, além de todo um tratamento multidisciplinar que auxiliar a ter qualidade de vida.
A presidente Suely Nishiyama Sucupira faz questão de destacar que a entidade, criada em 2016 e declarada de utilidade pública, sobrevive exclusivamente do trabalho realizado por voluntários. “Nossa luta é constante e graças a Deus temos e à dedicação de pessoas determinas em fazer o bem ao próximo, temos conseguido realizar uma série de atividades e ações especiais voltadas para pessoas que vivem com fibromialgia, que é uma forma de reumatismo que provoca, entre outros sintomas, dores que podem ser limitantes”, detalha.
Na Apafibro as cerca de 120 pacientes encontram terapias como costura, tricô, bordados, além de serviços como atividades físicas promovidas em vários bairros da cidade, em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.
A Smel oferece atividades físicas específicas para fibromiálgicos três vezes por semana. “O próprio secretário Jeferson Ferreira, o Jefinho, reúne um grupo para se exercitar, que é uma das formas de abrandar a dor. Os associados também têm aulas grátis de ioga, com o mestre iogue Sérgio dos Santos, realizadas todas as segundas e sextas-feiras”, conta.
Ela indica ainda que a entidade tem convênio com a Unipar (Universidade Paranaense), onde os associados pagam uma taxa simbólica e podem fazer hidroginástica, outra atividade que também ajudam a aplacar a dor. “Nunca é demais destacar que, de acordo com o Ministério da Saúde, não existe um método de prevenção comprovado e as atividades físicas auxiliam no tratamento”, garante a presidente.
O próximo passo é o atendimento sem custo por uma médica clínica geral, que começa a realizar consultas a partir do próximo dia 24 de maio, na sede da entidade, aqui em Umuarama. As consultas serão todas as quartas-feiras a tarde, mediante agendamento prévio.
APAFIBRO – Associação Paranaense dos Fibromiálgicos
Para doações e inscrições como voluntário – Rua São Vicente n° 2056 – Jardim Birigui (ao lado da Assumu) – Contato: (44) 99102-0118 – Suely Sucupira – (44) 99941-6838 – Suzi Danhoni – (44) 99726-3423 – Jônia Lima – (44) 98855-4209 – Luiza Lima.
A Prefeitura de Umuarama é parceira da Apafibro por meio de duas secretarias: de Saúde e de Esporte e Lazer (Smel). “Para participar da Apafibro, é preciso fazer o cadastro na Secretaria Municipal de Saúde, apresentando o laudo médico diagnosticando fibromialgia, uma foto 3×4, documentos pessoais (RG, CPF) e comprovante de residência. A Secretaria vai emitir uma carteirinha e, a partir daí, a pessoa pode participar de todas as ações promovidas aqui”, explica.
Outra vantagem é o atendimento prioritário em locais públicos e privados, como ocorre com gestantes, idosos e pessoas com deficiência física.
A diretoria da Apafibro comemora a conquista do título de entidade de utilidade pública. Com isso, a organização abre a possibilidade de buscar recursos para melhorar a estrutura do local e ampliar a gama de atendimento para as pacientes. Os primeiros resultados foram conquistados recentemente, com R$ 10 mil, viabilizado através da vereadora Ana Novais, e que serão usados para compra de mobiliário e equipamentos.