Agricultura
O Dia do Agricultor celebrado na quarta-feira (28), foi comemorado no Câmpus Fazenda de Umuarama da Universidade Estadual de Maringá (UEM) com um Dia de Campo. Com presença da reitoria, professores, alunos e membros da Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) foram apresentados dados da pesquisa sobre manejo de irrigação e controle de pragas agrícolas na fase produtiva do algodão no arenito Caiuá.
Pesquisadores docentes e discentes do Departamento de Ciências Agronômicas (DCA) da UEM de Umuarama estão alcançando o dobro ou até o triplo de plumas em uma lavoura de algodão por meio da adoção de um bom manejo de irrigação e controle de pragas agrícolas na fase produtiva. O estudo é liderado pelos professores João Paulo Francisco e Julio César Guerreiro professor do DCA e líder do Grupo de Estudos em Entomologia Agrícola (GEEA) .
“O Dia de Campo tem o objetivo de estimular agricultores, técnicos e estudantes no sentido de construir conhecimentos e demonstrar inovações agronômicas obtidas através de pesquisas apoiadas pela Acopar e pelo Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Também é momento para se comprovar as viabilidades econômica, social e ambiental da retomada do desenvolvimento do algodão e de sua cadeia produtiva como opção de cultivo a ser adotada em primeira ou segunda safra para o estado do Paraná”, destaca Guerreiro.
O experimento realizado no Câmpus Fazenda de Umuarama teve um plantio de 3 hectares com área irrigada por aspersão. “A técnica apresentou entre duas e três vezes mais plumas [até 80 capulhos por metro] do que a sem irrigação, demonstrando que, mesmo sendo altamente tolerante à seca, a cultura apresenta resposta muito positiva ao fornecimento de água”, aponta o professor João Paulo Francisco, do Departamento de Ciências Agronômicas (DCA) e líder do Grupo de Pesquisa e Extensão em Irrigação e Agrometeorologia (GPEIA).
Além da irrigação, os pesquisadores da UEM avaliaram as consequências de entrada, distribuição e dano do percevejo-marrom, uma praga que migra das lavouras de soja. “Buscamos o desenvolvimento de tecnologias e produtos que possam ser utilizados como soluções viáveis para o controle racional de pragas que possam influenciar a rentabilidade econômica da cultura do algodão”, disse Guerreiro. O professor ainda conta que a cadeia produtiva do algodão no Paraná, que detinha o status de uma das mais importantes do país, tornou-se praticamente insignificante por motivos relacionados à dificuldade de controle de pragas, em específico do bicudo-do-algodoeiro.
Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar) vem há seis anos desenvolvendo o trabalho de retomada do algodão no Paraná, que já foi um dos maiores produtores do Brasil. “O Paraná foi palco do algodão antes de toda tecnologia desenvolvida para cultura hoje. Tal tecnologia que foi pensada para o cerrado brasileiro, região que hoje eleva o Brasil como segundo maior exportador mundial de algodão”, ressaltou Almir Montecelli, diretor-presidente da Associação dos Cotonicultores Paranaenses (Acopar).
Desta forma, a Acopar ao longo dos anos vem transformando a atual tecnologia da produção do algodão para a realidade paranaense e levando esse conhecimento aos produtores rurais. “Hoje temos um modelo pronto para que o agricultor possa fazer esse trabalho. E uma oportunidade que temos é a região do arenito Caiuá, pois apresenta características do cerrado. Neste sentido tivemos excelentes plumas e boa produtividade, por exemplo, uma propriedade irrigada colheu 760 arrobas por alqueire”, disse Montecelli.
Ainda segundo o presidente, no Paraná este ano foram 20 áreas plantadas de algodão com 800 hectares e para ano que vem a perspectiva é de aumento de área. “A Acopar leva toda a tecnologia para o agricultor aprender a fazer novamente a cultura do algodão, até que obtenha uma rentabilidade para andar com as próprias pernas”, noticiou.