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Agricultura

Deriva de agrotóxico em Umuarama prejudica mais de 200 famílias de sericicultores

23/03/2022 11H24

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Um dos campos de criação do bicho da seda da Bratac, em Umuarama, foi atingido pela deriva de agrotóxicos, ou seja, porção do pesticida aplicado de forma erronia e que não atinge o alvo desejado, podendo se depositar em áreas vizinhas, com potencial de impacto no ambiente. A situação gerou perda total da produção. Segundo a empresa, 910 caixas de larvas do bicho da seda foram descartadas, resultando em mais de 200 famílias de sericicultores com a renda mensal comprometida.

De acordo com Shigueru Taniguti Júnior, presidente da Bratac, o prejuízo dos sericicultores ultrapassa R$ 2,7 milhões nos primeiros meses de 2022. A indústria de fiação de seda perdeu mais de R$30 milhões em futuras exportações de fio de seda no primeiro trimestre deste ano e toda a cadeia produtiva da seda sofrerá as consequências com a falta de matéria prima.

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná(Adapar) foi ao local para constatação dos fatos e devidas providências. Conforme assessoria da empresa, no Paraná já são 306 casos de intoxicação por aplicação irregular de pesticidas com denúncias formalizadas perante o órgão de defesa agropecuária.

Além dos produtores de bicho da seda na região de Umuarama, ao todo produtores de 61 municípios foram afetados com a aplicação do veneno, que se espalhou na plantação de amoreiras, plantas utilizadas como alimento do bicho da seda. “O uso de produtos aprovados e formas de aplicação adequadas evitam a deriva de agrotóxicos. Se a substância química atingisse apenas o alvo desejado da monocultura no latifúndio, já seria um grande passo”, detalha Renata Amano, presidente da Abraseda – Associação Brasileira da Seda.


Sem renda

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Mais de 400 Sericicultores já abandonaram a atividade nesta safra, informou a Bratac. “A família rural que vende ou arrenda a propriedade no campo em decorrência da ausência de perspectivas de produção, sofre de forma abusiva com o subemprego na cidade”, ressaltou Shigueru Júnior.

O presidente ainda ressaltou que a conscientização dos riscos associados e a apresentação de alternativas agroecológicas para a sociedade pode incentivar a criação de políticas públicas que defendam práticas mais sustentáveis nas culturas em larga escala. “O cumprimento dos requisitos legais e o respeito entre agricultores é o caminho para que diferentes culturas agrícolas coexistam de forma harmoniosa no Paraná”, finalizou.