Umuarama

Epidemia

Dengue pode aumentar ataque ainda mais. Médico dá dicas sobre os cuidados e faz alerta

28/02/2020 08H45

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A trajetória da dengue neste ano diferenciou dos demais. Normalmente os casos começam a ser registrados em meados de abril, segundo infectologista Ricardo Perci, do Laboratório de Infectologia de Umuarama. A incidência da doença dois meses antes do seu pico, pode levar os municípios do Noroeste do Paraná a uma janela maior de casos. Por isso, o ultimato é que a comunidade entre urgentemente na luta para eliminar o criadouro do mosquito Aedes aegypti.

Não é de hoje o apelo para a limpeza dos quintais e terrenos vazios, como também, não jogar lixo nas ruas e avenidas. Entretanto, o que se vê em Umuarama é muita sujeira deixada por parte da população. Um simples papel de bala pode se transformar em um criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika. “O mais interessante é que o Brasil conseguiu em 1910 erradicar o Aedes aegypti e hoje não conseguimos”, lembrou o infectologista.

O especialista ressaltou que estamos no começo da incidência da dengue, pois nos anos passados o maior registro da doença se dá após as chuvas do início do ano. “O criadouro do pernilongo dentro dos quintais precisa ser combatido todos os dias, pois o ovo pode ficar dois anos parado esperando o ambiente úmido para eclodir. Não é só no período de incidência da dengue que precisa limpar. Mas isso não foi feito, há anos não vem sendo feito de forma adequada e hoje chegamos a essa situação”, disse o médico.

Precauções

Com os casos da doença aumentando a cada dia, não existe outra saída para população a não ser fazer seu papel. Porém, como o surto se instalou na cidade, o médico Perci orienta para o uso de repelentes a cada duas horas, visando não contrair a doença.

No caso de crianças existe a necessidade de verificar se não existe alergia ao produto e para os bebês, o infectologista orienta buscar o pediatra para melhores orientações. “O ideal é passar o repelente a cada duas horas, pois a transpiração elimina o produto da pele”, explicou.

Outra orientação do médico, para as pessoas que ficam foram de casa, é usar inseticida ao fechar a residência, caso não haja animais de estimação no interior. O uso de telas nas janelas também seria uma alternativa para reduzir o pernilongo dentro das residências. “Aquele equipamento que se coloca na parede são repelentes e não inseticida, também é valido colocar na casa para espantar o mosquito”, recomendou.

Ambulatório de Agravos

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Se o umuaramense apresentar suspeita de dengue, ele deve procurar o centro para atendimento a agravos, onde está concentrado a atenção aos pacientes com suspeita da doença. O ambulatório atende todos os dias da semana – de segunda a domingo –, das 7h às 21h – incluindo feriados e fica ao lado do Centro Cultural Schubert.

“A pessoa que apresentar os sintomas deve procurar o mais rápido possível o ambulatório. Ficar em casa se automedicando vai agravar a situação. Tem que fazer a qualificação do paciente o mais rápido para melhor realizar o tratamento e minimizar o tempo de evolução da doença”, esclareceu Perci.

No local é realizado o tratamento padronizado pelo Ministério da Saúde e também desafoga o Pronto Atendimento e Unidades Básicas de Saúde. “Esse é o quarto ano seguido que faço o treinamento para esse atendimento. No ambulatório os pacientes passam por triagem e classificação da doença para o atendimento correto e direcionamento. Desta forma o município tem um atendimento para esses pacientes com maior eficacia”, ressaltou o entrevistado.

Cuidado!

A onda das pulseiras e broches repelentes precisa ser observada com atenção, alertou o infectologista Ricardo Perci. “Este equipamento não é liberado pela Anvisa e como vem de países de fora, não sabemos qual produto está sendo aplicado e em muitos casos não conseguimos nem ler o que está na caixa para identificar. Álcool, vinagre, plantas, não existe comprovação que isso espanta o mosquito. A indicação é o repelente”, finalizou.