PIRACEMA
O período de defeso nos rios das bacias hidrográficas do Piquiri, Ivaí, Paraná, Paranapanema e Iguaçu começa no próximo dia 1º de novembro e vai até 28 de fevereiro de 2021.
A antecipação no calendário em 30 dias, que chegou a ser definida em resolução pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) em fevereiro último, não está mais em vigor após ser derrubada na justiça pelo Ministério Público dois dias depois da publicação no Diário Oficial do Estado.
O documento também antecipava o fim do período de defeso em dois dias e o MP entendeu que a competência sobre a questão não seria do Estado. As informações são da Sedest.
Segundo o coordenador técnico da Superintendência das Bacias Hídricas da Sedest, Roald Andretta, o órgão está realizando pesquisas para apresentar ao Ministério da Agricultura buscando unificar o próximo período da piracema, podendo antecipar ou não os quatro meses garantidos para a reprodução dos peixes. A intenção é ter um período uniforme para o defeso, tantos nos rios estaduais como federais.
As justificativas não são apenas técnicas, mas devem observar o pagamento do Seguro Defeso, feito pelo Governo Federal aos pescadores profissionais no período da piracema.
Outro fator apontado pelo técnico é a longa estiagem que gera duas consequências diretas com os níveis baixíssimos da água.
A primeira é a criação de bolsões de água que facilitam a pesca predatória por pescadores denominados de “contraventores” por Roald Andretta.
“Não descartamos a possibilidade de fazermos como há três meses, quando a pesca foi proibida para evitarmos a pesca predatória por causa da seca”, explicou.
A segunda consequência é o atraso no início do período migratório dos peixes. Segundo Roald para que os peixes comecem a subida dos rios para as áreas de várzea ou alagadas dependem de duas situações naturais: temperatura mais alta e aumento do volume de água, que até o momento não ocorreu.
“Estivemos na semana passada por dois dias no trecho do rio Piquiri conhecido por Apertado e constatamos que a subida não começou a ser feita ainda, seja por espécies forrageiras como o lambari ou mesmo o dourado, que é considerada mais nobre”, explicou.
O técnico ainda salientou que o entendimento é unânime de que se a seca se prorrogar por mais tempo pode haver prejuízo aos estoques de peixes para o próximo ano. “Por isso incentivamos tanto a pesca esportiva (conhecida com pesque-e-solte) para o pescador amador e trabalhamos a educação ambiental para que o consumo seja feito de peixes de criadouros”, claro sem esquecer da tradição da pesca profissional a ser respeitada afirmou Roald.