Umuarama

Saúde

Criar rotinas ajuda a manter a sanidade mental em época de isolamento social

06/04/2020 08H50

psicologa-coronavirus-umuarama

Mesmo com a abertura gradativa dos setores do comércio e de serviço em Umuarama, as pessoas que podem e público de risco precisam ficar em casa, no sentido de reduzir a transmissão do coronavírus no município. Neste momento de quarentena e de incertezas para o futuro, o jornal Umuarama Ilustrado conversou com a psicóloga clínica e hospitalar, Luanna Nunes Mendes, sobre como manter o psicológico em um estado mais calmo.

Além das questões fisiológicas da doença Covid-19, transmitida pelo coronavírus, a situação de pandemia e o isolamento social vem mudando os hábitos e gerando impactos no psicológico da comunidade. “Acredito que essa geração nunca passou por uma pandemia. Nem mesmo o isolamento social, que é muito difícil para o povo brasileiro devido a sua cultura. Aqui existe muito abraço, somos um povo muito próximo. Mas essa mudança de paradigma é extremamente importante para não transmitir o vírus”, disse a psicóloga Luanna Nunes Mendes.

Para as pessoas que estão dentro de casa no isolamento social, a psicóloga ressaltou que é importante estabelecer rotinas para o cérebro não entender que é uma situação de férias e gerar ansiedade. Acordar, comer e dormir em horários determinado, fazer atividades dentro da casa, ler, assistir ou retomar algum projeto abandonado, são algumas dicas para manter o cérebro ocupado e ativo.

O público que mais sofre com a quarentena é o idoso e para essa parcela da sociedade Luanna ressaltou que a família precisa criar situações para os idosos se sentirem úteis. “O idoso precisa sentir-se útil, pois quando estão presos dentro de casa vem o sentimento de inutilidade e de que eles não servem mais para nada. Então é preciso criar rotina para eles dentro de casa, como os jogos de tabuleiro e cuidar do jardim. Cada familiar conhece seu idoso e pode fazer rotina para ele”, explicou.

Excesso de informação

A psicóloga Luanna também ressaltou que o excesso de informações sobre a doença acaba prejudicando o psicológico das pessoas, gerando crises de ansiedade. “Tem que filtrar as informações, pois com a internet vemos muito fakes news. Tem pessoa que assiste jornal de manhã, tarde e noite onde só tem informações sobre a doença. Veja uma vez por dia o jornal e filtre o que está vendo ou o que está lendo, principalmente o que você está compartilhando com os outros”, alertou.

Ver o lado bom

Em seu consultório Luanna Mendes percebe que as famílias estão mais próximas, após o surgimento do coronavírus e isso pode ser um ponto positivo para uma sociedade que vinha crescendo em um individualismo virtual. “Olhar para esse momento e buscar o que posso tirar de bom. As famílias estão mais próximas, mesmo com o isolamento social. Talvez, neste momento a gente precisava disso, pois as pessoas já estavam vivendo um isolamento da comunidade. Além disso, agora que a correria do dia a dia sumiu e estamos mais tempo em casa comece a olhar para si e busque um alto conhecimento”, finalizou.