ABANDONO MATERIAL
O Conselho Tutelar resgatou duas crianças em situação de abandono material durante a tarde de terça-feira (16), na rua Timbó, em Perobal, a 20 km de Umuarama. A mãe das meninas foi autuada em flagrante por abandono material pela Polícia Civil de Umuarama. As crianças têm 6 anos e 1 ano e quatro meses.
Segundo relato colhido de vizinhos pelas conselheiras, as crianças estavam em situação deplorável e bebiam água de vasilhas de cachorro e cocho de cavalos.
Segundo a conselheira tutelar Laura Aparecida da Costa Souza, esta não foi a primeira vez que o Conselho flagra as crianças em situação de risco. “Já buscamos essas crianças em um bar da cidade, durante a noite e ainda estava frio. Estavam sem agasalho algum. A situação é muito delicada”, ressaltou Laura. A mãe das crianças teria problemas com bebidas alcoólicas, segundo a conselheira.
Ainda segundo a conselheira, a casa onde as crianças residem não tem qualquer infraestrutura, como água encanada, luz elétrica ou mesmo um banheiro com chuveiro e vaso. A mãe das meninas também não trabalha, aumentando a situação de risco. A mulher e as crianças são paraguaias e não tem parentes na localidade.
Segundo o promotor da Vara da Infância e Juventude, Carlos Roberto Moreno, Perobal não tem um abrigo para acolhimento de crianças em situação de risco. “Como é um município pequeno, não tem demanda para manter um abrigo. Nestes casos, quem resolve o caso é o Município. O aconselhável é que busquem convênio com entidades de cidades próximas para abrigar as crianças ou mesmo um parente ou alguém que tenha relação afetiva com as crianças”, explicou. Ainda segundo o promotor, Umuarama não dispõe de vagas no momento.
A mãe das crianças foi autuada em flagrante por abandono material. Segundo o delegado-chefe da 7ª SDP, Osnildo Carneiro Lemes, o crime é grave, pela idade das crianças e pela situação que ele classificou como deplorável em que as meninas foram encontradas. “É um crime afiançável. Ela foi autuada e fixei a fiança em um salário-mínimo (R$ 954,00). Acredito que ela não tenha condições de pagar e ficará recolhida na cadeia local a disposição da Justiça”, explicou. A pena para o crime é de seis meses a quatro anos.