Umuarama

VIVENCIAR O LUTO

Construtor vivencia luto com visitas diárias ao túmulo da esposa

09/08/2021 16H09

Jornal Ilustrado - Construtor vivencia luto com visitas diárias ao túmulo da esposa
O construtor Wagner Rebelo visita diariamente o túmulo da esposa para conter a saudade

Umuarama – A perda de uma pessoa amada deixa marcas profundas no ser humano e vivenciar esse momento de dor é necessário para conseguir seguir em frente e ser feliz. Cada um a sua maneira, tem uma forma de passar por esse período de aceitação.

O construtor umuaramense Wagner Rebelo, de 49 anos, faz visitas diárias ao túmulo da esposa. Hoje ele completa o 27º dia de peregrinação para estar ‘mais perto e conversar’ com Silmara Cardoso Rebelo, que perdeu a luta para o câncer no último dia 11 de julho.

Parceria

Na quarta-feira (4) o Jornal Umuarama Ilustrado esteve com Rebelo no Cemitério Municipal. Ele contou que as visitas aliviam a dor e trazem a sensação de proximidade com a esposa. “Éramos muito parceiros. Foram 25 anos juntos. Vivi mais com ela do que com os meus pais. Não sei ainda o que vou fazer, mas estar aqui faz eu me sentir mais próximo da Silmara”, relatou.

Leucemia

Emocionado, lembrou que o tempo entre a esposa adoecer e falecer foi pequeno, de apenas 31 dias. “A gente tinha voltado de uma viagem. Sempre viajamos muito juntos. Fomos levar um fogão a lenha para a mãe dela, que mora em Curitiba. Aproveitamos e passamos na minha mãe, que reside em Joinville, descemos para a praia, ficamos em uma pousada. Aproveitamos e na volta ela se queixou que não estava vem. Foi ao médico quando chegamos e logo foi internada. Foram dias 10 no Cemil e 21 dias no Uopeccan. Era leucemia e a médica avisou que o tratamento seria difícil, que a Silmara teria que ficar seis meses internada, mas que teria cura. Infelizmente não foi isso que ocorreu”, contou Rebelo.

A despedida

“A gente revezava entre eu, minha filha e minha cunhada para ficar com ela. Naquele domingo eu liguei e pedi para a minha filha vir às 8 horas que ficaria um pouco mais com a mãe dela. A Silmara estava bem debilitada, desci com ela na cadeira de rodas. Estava frio, mas tinha sol. Quando voltamos para o quarto, eu conversei com a minha filha. Nós estávamos com problemas de relacionamento e conversamos. A Silmara disse que estava muito feliz por eu e nossa filha termos nos acertado. Logo ela passou mal e não voltou mais”, disse.

Luto

Desde então, Wagner Rebelo passa pelo menos uma hora do dia (hora do almoço) junto ao túmulo para conversar com a esposa. “Digo que a amo. Conto sobre as coisas que estão acontecendo. Não sei até quando vou continuar vindo aqui assim, mas isso me conforta”, afirmou. Para registrar as visitas ele faz pequenos vídeos que publica na rede social. “É que ali sei que não vai perder, o Face avisa a gente da lembrança, né, mesmo que tenha se perdido no nosso celular. Então eu posto”, explicou.