Umuarama

UMUARAMA

Conselho da Mulher discute consciência negra e ativismo contra violência de gênero

22/11/2023 09H17

Jornal Ilustrado - Conselho da Mulher discute consciência negra e ativismo contra violência de gênero

O Dia da Consciência Negra (20/11) e a campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher foram temas abordados em um encontro do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), na manhã da última segunda-feira, 20, no auditório da Secretaria-Executiva dos Conselhos. 

O evento reuniu secretários municipais, conselheiros e representantes da sociedade civil organizada, bem como lideranças de movimentos de combate ao racismo e de valorização humana.  

Aberta pela presidente do conselho, advogada Silmara Ruiz, com um relato sobre as atividades recentes do CMDM, a reunião teve a presença do secretário municipal de Assistência Social, Amós Westphal, da secretária municipal da Educação, Mauriza Gonçalves de Lima Menegasso, o secretário de Proteção e Defesa do Consumidor, Antônio Comparsi de Melo.  

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A campanha ‘16 Dias’ é parte de um movimento internacional realizado anualmente em cerca de 150 países. Iniciado em 1991, com 23 mulheres ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres, a iniciativa objetiva divulgar dados e incentivar organizações a realizarem ações de conscientização e de mobilização pelo fim da violência contra a mulher.  

Em todo o mundo, a campanha começa em 25 de novembro (Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres) e termina em 10 de dezembro, data da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No Brasil, devido à vulnerabilidade também da mulher negra, os 16 dias de ativismo começa, em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra e, em alguns locais, a campanha leva o nome de ‘21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres’.  

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Reunião do CMDM, a assistente social Roseli Paulino Alves da Silva compartilhou momentos e desafios de sua vida, abordou o racismo que enfrentou desde criança, na escola, e que se agravou quando ela decidiu procurar emprego. “Apesar de ser qualificada, sempre tinha alguma resistência, algum empecilho velado. O racismo nem sempre é praticado às claras, mas a gente acaba sentindo a discriminação, e causa um bloqueio. Mas temos de resistir, insistir e mostrar a nossa capacidade”, comentou.  

Outro relato foi feito pela empresária, tecnóloga em gestão pública e acadêmica de Direito, Jessica Oliveira Borges Ferreira, que defendeu a necessidade de desconstrução do racismo e abordou a questão das cotas destinadas a afrodescendentes e pessoas com deficiência, que não é ‘esmola’ e sim um mecanismo de resgate e valorização humana para cidadãos que historicamente enfrentam a discriminação e o preconceito.

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Jessica é integrante do movimento negro de Umuarama, membro da comissão de verificação de cotistas do Núcleo Regional de Educação e membro do Instituto Céu de Aruanda, que busca resgatar a cultura e a religião de herança africana e indígena. 

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