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Conheça o perfil do eleitorado umuaramense para as eleições 2018

19/08/2018 00H00

 

Umuarama – Números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que 32% dos eleitores de Umuarama desistiram dos estudos antes de concluírem o Ensino Médio (1º, 2º e 3º ano) e as mulheres hoje representam 54% do eleitorado. Os dados podem ser encontrados no site do TSE e são ferramentas importantes para os marketeiros das campanhas traçar estratégias buscando vender seus produtos políticos.
Com 76.375 mil eleitores aptos a irem às urnas no próximo dia 7 de outubro, os umuaramenses vão votar para eleger presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Já o número nacional são 147.302.357 eleitores distribuídos pelos 5.570 municípios do país, bem como em 171 localidades de 110 países no exterior.

Gênero e nome social
Segundo dados do Cadastro Eleitoral, a maior parte do eleitorado de Umuarama pertence ao gênero feminino. Ao todo, são 41.205 eleitoras, o que representa 53.95% do total. Já o gênero masculino reúne 35.170 cidadãos, representando 46,05% do eleitorado. Pela primeira vez, eleitores transexuais e travestis terão seu nome social impresso no título de eleitor e no caderno de votação das Eleições 2018. Nome social é aquele que designa o nome pelo qual transexuais ou travestis são socialmente reconhecidos. A possibilidade da autoidentificação foi aprovada pelo Plenário do TSE no dia 1º de março deste ano.

Faixa etária
De acordo com as estatísticas da Justiça Eleitoral, a faixa etária com o maior quantitativo de eleitores em Umuarama é a que reúne cidadãos entre 30 e 39 anos de idade. Eles somam 15.178.000 umuaramenses.

Grau de instrução
Dados referentes ao nível de instrução mostram que a maior parte do eleitorado não chegaram a completar o ensino médio. São 7.877 eleitores com o ensino médio incompleto, 16.614 fundamental incompleto, perante 21.177 que declaram médio completo e 13.075 com superior completo.

Estado Civil
As estatísticas também revelam que 49,3% dos eleitores estavam casados no momento do registro/atualização do cadastro eleitoral. Já 37,1% se declararam solteiros.

O retrato do eleitor
Conforme o sociólogo Rafael Egídio Leal e Silva, que também é professor do Instituto Federal do Paraná de Umuarama (IFPR), o Brasil tem uma política única e uma dinâmica difícil de se comprar com outros países. Trazendo as eleições 2018 para uma realidade municipal, o professor ressalta Umuarama como um município em uma posição estratégica e com status para ser uma cidade de médio para grande porte. “Esse desenvolvimento é impactado pelas escolhas politicas da população. Quando olha o perfil do eleitor umuaramense vemos uma baixa escolarização, em uma cidade que se vende como universitária. Isso reflete no desenvolvimento regional da cidade”, disse.
Na descrição do professor, que também é autor do livro “Politica Brasileiro – Como Entender o Funcionamento do Brasil” – o cenário nacional não foge o municipal. Os dados do TSE referentes ao nível de instrução mostram que a maior parte do eleitorado brasileiro possui ensino fundamental incompleto. São 38.063.892 eleitores que declararam ter essa escolaridade. Outros 33.676.853 eleitores afirmaram ter concluído, pelo menos, o ensino médio.
Com os dados em mãos, a política vem se profissionalizando e existem pesquisadores que estudam esses números para serem trabalhados nas campanhas visando a persuasão do público, que é o eleitor. “Conhecer o eleitor é fundamental, principalmente na política do toma lá da cá, que é o clientelismo. Pois, muitas vezes não precisa usar algumas práticas conhecidas para conseguir os votos dos eleitores, apenas uma visita no bairro já bastaria”, explicou Egídio.

Cenário possível
Para exemplificar ao leitor do jornal Umuarama Ilustrado, o sociólogo retrata os eleitores entre classe baixa, média e alta, cada uma com seus interesses e desejos:

Classe Baixa
“As classes baixas são derivadas da classe escravizada e quando se acabou o tempo da escravidão foram para as periferias das cidades. Por isso se encontra nas periferias uma forma de vida diferente, muito mais cooperativa e de ajuda mútua, até o processo familiar é diferente e essas famílias aprenderam, que dependem dos políticos. O que vemos desde meados dos anos 80 é que essa classe aprendeu a ser estratégica e elege o político que vai dar o que ela precisa. Então quando olhamos para periferia, esse povo espera um assistencialismo (o clientelismo) pois num processo histórico e social, foi o que sobrou para ele e é o que ele tem. Essa classe vem se organizado em movimentos populares e estão conquistando. Um exemplo é o Conjunto Sonho Meu: é assistencialista, mas eles conseguiram. O povo da classe baixa não faz barulho ou alarde, pois eles sabem que as classes média e alta apontam o dedo para eles”, argumenta.

Classe média
“As pessoas dessa classe estão barulhentas nos últimos anos, pois foi a menos favorecida pelas políticas estatais e não estão contentes. A questão é que a classe média não é organizada e age conforme o interesse. Quando convêm, a classe média apoia os pobres ou os ricos, um exemplo: no governo Lula, se dava bolsa família (classe baixa) e Prouni, Minha Casa Minha Vida entre outros programas para classe média e ela estava quieta. Hoje vemos que quem se deu bem foi a classe baixa, então é momento de criticar quem está à margem e se aliar aos ricos”, explanou.

Classe Alta
“A classe alta não precisa se preocupar com o Estado brasileiro, pois o Estado é feito para ela. Quando se fala em saúde para todos e educação para todos a União começa a falhar. Vamos dar um exemplo: a saúde do Brasil é referência mundial no combate ao HIV e no tratamento ao soro positivo. Mas essa qualidade começa, quando nos anos 80 e 90 o vírus entra nas famílias da elite, que foram buscar ajuda no Estado e conseguiram um tratamento exemplar”, salientou o professor.