CRUZEIRO DO OESTE
Uma discussão entre duas adolescentes que começou nas redes sociais há uma semana quase acabou em tragédia na manhã desta terça-feira (27), em Cruzeiro do Oeste, a 30 km de Umuarama. As garotas, ambas com 14 anos, amigas e estudantes do 9º ano do Colégio Estadual Anchieta, se envolveram em uma briga no pátio da escola e uma delas, armada com uma faca de mesa, acabou acertando dois golpes na região da virilha da colega. A confusão foi gravada por um aluno e o vídeo circulou nas redes sociais.
Outros alunos tentaram apartar as garotas e por pouco também não ficam feridos. A adolescente ferida foi socorrida por professores e pelo Samu e encaminhada ao Hospital Municipal. Ela recebeu alta médica no início da noite, já está em casa e passa bem. Os ferimentos foram superficiais.
A outra aluna foi encaminhada pela Polícia Militar até a delegacia da Polícia Civil. Segundo a delegada Karoline Bischoff, em depoimento a adolescente se mostrou arrependida e disse que levou a faca para se defender, por estar com medo de apanhar.
Ainda segundo a policial, a garota já se envolveu em brigas no ano passado, vai ser encaminhada para tratamento psicológico e será acompanhada pelo Conselho Tutelar. A princípio a adolescente deve ser indiciada por situação análoga ao crime de lesão corporal. Até o fim da noite de ontem a delegada não havia decidido se pediria ou não o internamento da menor.
Durante toda a tarde e noite de terça-feira, ao menos cinco alunos, mais as duas adolescentes envolvidas no incidente e professores foram ouvidos na delegacia. “Os relatos são de que as duas começaram a discutir por picuinhas nos stories do Instagram e nesta terça acabaram brigando pessoalmente”, relatou a delegada.
Os aparelhos celulares de todos os adolescentes ouvidos e das duas menores foram apreendidos. “Neste primeiro momento o que foi possível apurar é que havia realmente uma troca de acusações entre elas”, esclareceu Karoline Bischoff.
O Ilustrado conversou com o padrasto da adolescente ferida. O motorista David Henrique Silva Moreira contou que no dia anterior a filha informou para ele e para a mãe que estava sendo ameaçada e xingada pelas redes sociais por uma colega de turma.
“Hoje (terça) por volta das 9h30 eu fui na escola, queria conversar com a orientadora sobre a situação, mas ela estava em sala de aula e não foi possível. Conversei coma minha filha e ela disse que estava tudo bem e que a menina estava fazendo ‘fusquinha’ na sala. Por volta das 11 horas me avisam que ela estava ferida e no hospital”, relatou David Moreira. Ele contou que a família jamais esperava passar por algo assim e que a filha é tranquila e nunca havia brigado na escola.
A delegada deve concluir o inquérito ainda esta semana e encaminhar para o Ministério Público, que decidirá se vai formalizar ou não a denúncia contra a adolescente.
O Colégio Estadual Anchieta tem 550 alunos do ensino fundamental e médio e é um dos maiores de Cruzeiro do Oeste. Em nota a Secretaria de Estado da Educação, através do Núcleo Regional de Educação de Umuarama disse que “repudia todo e qualquer ato de violência ou agressão e vem trabalhando diligentemente para reforçar a segurança nas escolas em toda a rede”.
Também informou que a diretoria do colégio socorreu de imediato a estudante ferida e que está acompanhando a situação junto com o Conselho Tutelar e os responsáveis pelas alunas.
“A Secretaria de Estado da Educação (SEED-PR), após contato com a diretoria do Colégio Estadual Anchieta, em Cruzeiro do Oeste, esclarece que o incidente da manhã desta terça-feira, no qual uma aluna foi ferida por arma branca por uma colega, foi devidamente comunicado pela própria diretoria – com o devido acompanhamento dos responsáveis pelas estudantes – para registro por parte das autoridades policiais via Boletim de Ocorrência, logo após o incidente. A diretoria informa ainda que a situação também está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar do município e que seguirá acompanhando a situação.
A aluna agredida recebeu o devido atendimento médico e já foi liberada, não apresentando ferimentos graves.
A Seed-PR repudia todo e qualquer ato de violência ou agressão e vem trabalhando diligentemente para reforçar a segurança nas escolas em toda a rede.”