ALIMENTAÇÃO SAUDAVEL
O preço das carnes no açougue chegou a apresentar alta de 40% em seis meses, o que vem reduzindo o consumo desse tipo de alimento pelos umuaramenses. Neste novo cenário e para ajudar as pessoas que cozinham em casa, a chef vegetariana e terapeuta ayurveda, Joana Brandalise, dá algumas dicas para os leitores do Umuarama Ilustrado de como preparar um almoço sem carne.
Em meio a livros e pesquisas sobre alimentação sem carnes, Joana ressaltou que um dos itens mais importantes no prato quando se retira a carne são as leguminosas (feijões, ervilha, lentilha, grão de bico entre outras). “Basicamente, quando não se come carne o que substitui é o feijão. Digamos que uma concha de feijão corresponde a um bife. Algumas pessoas não digerem bem o feijão, daí entramos com alternativas que podem ser as leguminosas menores, a exemplo da lentilha, ou também, os germinados”, disse.
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), retirar carnes da dieta é muito simples, pois em geral basta trocar 100 g de carne por uma concha de leguminosas. Desta forma, obter ferro na dieta vegetariana é algo fácil, pois em 100 g de carne vermelha magra há 1,9 mg de ferro contra 4,2 mg de feijão (equivalente a 1 concha).
Ainda conforme a SVB, absorvemos 18% (0,34 mg) do ferro dessa carne e 10% (0,42 mg) do ferro desse feijão. Assim, por mais que a absorção do ferro seja maior na carne, a maior quantidade existente nos feijões supera a absorção obtida pela carne.
Para um almoço básico Joana Brandalise deu duas opções. A chefe também observou o calor dos últimos dias e utilizou opções de alimentos que podem facilmente ser encontrados nos mercados e feiras da cidade.
A entrevistada também ressaltou que é importante dividir o prato em três, sendo que 50% do espaço do prato será preenchido com vegetais crus e cozidos, 25% de leguminosas (feijões) e 25% cereais, tubérculos e raízes.
Na primeira opção a refeição foi composta por feijão cozido com especiarias, uma farofa de cebola, couve cozida, beterraba cozida e salada com folhas e vegetais. Na segunda opção Joana fez uma salada refrescante. “Nesta salada tem tudo que precisamos: o feijão, as raízes, as folhas, o cará que é carboidrato, pimentão e um molho incrementado de linhaça, para levar o óleo que precisamos, principalmente nesses dias secos. Nestes dois pratos, quis mostrar a simplicidade, farofa todo mundo sabe fazer e o feijão também. Então temos uma alimentação mais barata, saudável e uma cozinha limpa”, esclareceu.
Em seu site, a SVB ressalta que estudos populacionais compararam grupos vegetarianos e não vegetarianos com estilo de vida similar e os levantamentos mostram que os vegetarianos têm menor incidência de todas as doenças crônicas não transmissíveis, como dislipidemias (alteração dos lipídios no sangue), hipertensão, cardiopatia isquêmica (infarto agudo do miocárdio), diabetes, diversos tipos de câncer e obesidade.
“As pesquisas mostram redução de mortes por infarto em vegetarianos, sendo em 31% em homem e 20% em mulheres, em relação aos onívoros, como também, menor mortalidade por doença cardíaca nos vegetarianos em relação aos semi-vegetarianos”, ressaltou Joana Brandalise.
O preço da arroba do boi gordo vem oscilando desde dezembro de 2019, mas foi em junho deste ano a maior escalada do produto. No começo do ano, a arroba do boi era cotada em R$ 175,00 e hoje tem registro de R$ 246,00 em Umuarama. Segundo açougueiros da cidade, para o consumidor o reajuste chegou a 40%, o que vem ocasionou em uma redução de 30% no consumo da carne vermelha. “Clientes estão parando de fazer churrasco ou reduzindo para um no mês. Além de optarem por cortes mais baratos e comprando menos”, disse o açougueiro Luiz Carlos Timóteo.