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Coleção infantil completa 10 anos ajudando quem luta pela vida

17/06/2019 19H26

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Umuarama – A coleção Vire a Página, da escritora Ângela Russi completou 10 anos de criação agora em maio último. Pensada para crianças em tratamento de câncer, os cinco livros retratam de uma forma bem lúdica como funciona a quimioterapia, a importância de fazer a cirurgia quando necessário, como lidar com a queda dos cabelos, em uma linguagem que permite a criança se identificar com a história e saber como lidar com o que está acontecendo com seu corpo em um momento tão difícil.

FORMA LÚDICA

“Conheci a Angela após assistir a uma entrevista sobre a coleção. Liguei para a emissora e me passaram o contato dela. Os livros permitiram que meu filho tivesse um entendimento de forma mais lúdica do que estava acontecendo com ele. Nem eu, os médicos ou enfermeiros não tínhamos como explicar para ele em uma linguagem que ele entendesse. Isso ocorreu através dos livros”, explicou o vendedor Marcos Calonga, 54 anos.

LEI GUSTAVO CALONGA

Ele é pai de Gustavo Calonga, que morreu aos 12 anos de leucemia, em abril de 2014, em Piraquara, após travar uma batalha de um ano e quatro meses contra a doença. A frustração e a dor de não ter um doador compatível levou Marcos a conseguir a criação da Lei Gustavo Calonga, que acontece sempre em setembro, quando o garoto fazia aniversário. Durante a Semana Municipal de Doação de Sangue e Medula Óssea todo o município se mobiliza para incentivar a doação e aumentar a chance de tantos que buscam a cura contra a doença.

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NA CARNE

“Criei as histórias a partir do que eu mesma vivenciei”, conta Ângela. Ela teve câncer de intestino e fez todo o tratamento na Uopeccan de Cascavel. Em uma das sessões ela se atrasou e foi colocada para fazer o tratamento com as crianças na ala infantil. “Percebi que eles tinham resistência a deixar aplicar a medicação porque doía. Eles não entendiam que aquela era a forma de conseguirem a cura e terminar com todo o sofrimento”, explicou a escritora.

QUIMIO, O CAÇADOR

A partir dessa experiência surgiu ‘Quimio, o Caçador’ o primeiro livro da coleção e que conta a história de um herói que trava uma luta entre o bem e o mal dentro do corpo da criança, para que ela fique livre da doença. O segundo volume, “A Árvore Careca” foi uma consequência para entender a perda dos cabelos provocada pelo tratamento.

A PUBLICAÇÃO

Após estarem prontos, desenhados em cartolina e coloridos com lápis de cor, os livros ficaram dois anos guardados. “Sentia vergonha. Não tinha confiança nos livros até que mostrei para a Margarida Brunhosa que me apresentou para a Valmira Pugas que levou a ideia para o Rotary. O João Abdon era o presidente na época. Eles gostaram da ideia e o resultado foram cinco livros e a publicação de todos”, contou.

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UOPECCAN

Foram cinco mil exemplares da coleção, destinados principalmente a ala pediátrica da Uopeccan de Cascavel. Os livros podem ser adquiridos ainda diretamente com a escritora, no Rotary e também na Livraria Paraná por apenas R$ 20. “Todo o dinheiro da venda é revertido para o hospital”, afirmou Ângela.

A escritora conta que já enviou exemplares para todo o Brasil e também para outros países. “Sempre que me pedem, eu mando. Se quem quer não tiver condições de pagar pela coleção e o correio, mando também. O importante é que as histórias cheguem até crianças que precisam entender o que está acontecendo com elas”, enfatizou.

NOVOS FORMATOS

Para facilitar esse compartilhamento, esta em preparação dois novos formatos da coleção Vire a Página. O primeiro é um ebook, que está sendo feito pelo filho da escritora que é designer e o segundo é um vídeo onde a própria Ângela narra as história. A intenção é justamente facilitar a divulgação e o compartilhamento.

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HOMENAGEM

Cerimônia oficial lembrando a data está prevista para agosto próximo, mas recentemente Ângela foi homenageada pelo Rotary Club Umuarama durante apresentação de projeto para a comemoração da data, no último dia 27 de maio. “Foi uma surpresa e não estava preparada. Foi o Rotary que comprou minha ideia e transformou minhas histórias em livros”, enfatizou a escritora.

Quem pode doar medula óssea?

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:

– Ter entre 18 e 55 anos de idade

– Estar em bom estado de saúde

– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)

Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como

lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

Com informações site: https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/quem-pode-doar-medula-ossea