Eliseu Auth
Lá no seminário meus professores eram exigentes na língua portuguesa. Gramática, vocabulário, conjugação, semântica e oratória era com eles. Na idéia de que a gente entendia fácil a intrincagem, judiavam com a leitura obrigatória de livros em prazos apertados. Depois exigiam contas diante de todos, enquanto a plebe almoçava. Cidadão vem de “civitas”, morador da cidade-estado com autonomia e independência, lembro a lição. Se não aprendi como deveria, e se às vezes ainda apanho nas letras, culpa minha.
O ilustrado leitor do “Umuarama Ilustrado” entende o intróito acima. Quero compartilhar com ele a homenagem de Umuarama a João Dória Ramos, conferindo-lhe o título de cidadão honorário.
Não é pieguice dizer que o homenageado é histórico amigo que sempre tem uma linda história pra contar. Mesmo não mais sendo afeito a solenidades, cerimoniais e festas, fui à entrega do título com meu filho Pablo e revivi memórias que enaltecem nossa passagem por este mundo de meu Deus.
Se o título de cidadão honorário é homenagem a quem se distinguiu em ações de amor ao próximo e empeendedorismo, João merece a honraria. Ele estava na criação da nossa OAB, do Asilo São Vicente de Paulo e continua um amigo das obras sociais cá de Umuarama. Então, tudo está no seu lugar.
Apesar de ser avesso a rituais, gostei da liturgia que contou com lideranças importantes e pessoas queridas desta terra que diz no nome, ser lugar onde os amigos se encontram. Para homenagear o João, acorreram muitos dos seus amigos. Cito o Dr. Osmar Serraglio, Toninho Comparsi, Ilídio Coelho e o prefeito Celso Pozzobon que me honraram na mesma mesa com papos deliciosamente proveitosos. Foi bom rever pessoas da minha história como a Professora Cacilda Zafanelli, o médico Luiz Antônio de Melo, o Cássio Garcia e o Celso do Laboratório Reunidas. Entre tantos, também estavam o juiz Jair Botura, os empresários Dogival Correia e Favarão, além dos advogados Sérgio Toledo Barros, Gabriel Janeiro e do nosso Presidente da Ordem dos Advogados, Dr. Christian Pellacani. Não termino minha reflexão sem registrar a presença do desembargador paranaense Andrei Rech que foi estagiário no Fórum de Umuarama e que é filho de Elói Rech, professor da nossa UNIPAR e meu colega no Seminário de Viamão nos idos de 1966.
Deixei o coração falar. Se fui piegas, que se vá. É o que dá ver um amigo receber o título de cidadão honorário.
(Eliseu Auth é promotor de justiça inativo, atualmente advogado).