Trânsito
O uso de bicicletas como meio de transporte é cada vez mais comum, pois são vários os benefícios em se usar a bike. Entretanto, a morte do ciclista, de 79 anos, registrada em março no centro de Umuarama, mostra a necessidade de investimentos em ciclovias e consciência dos condutores de veículos. Conforme a Diretoria de Trânsito de Umuarama (Umutrans), o plano de mobilidade do município prevê mais de 30 km de novas ciclovias.
O empresário de Umuarama Eleandro Herrero utiliza a bicicleta para ir trabalhar desde 2002 e quando precisa usar o carro, o dia não é o mesmo. Conforme o entrevistado, a bike é mais rápida e prática para seguir o percurso da casa até o serviço. “Carro só no fim de semana ou na chuva. A bicicleta tem vários benefícios principalmente a economia e a agilidade”, disse.
Mesmo tento o ciclismo como estilo de vida, Herrero vê com preocupação a situação do trânsito de Umuarama e diz ser perigoso circular com a bicicleta nas ruas da cidade. “Usar a bicicleta para se locomover é bem perigoso. A gente busca andar no meio da pista, mas os motoristas dos carros não respeitam. Não respeitam cruzamentos, buzinam para a gente sair da frente, é muito difícil”, alertou.
Assim como o empresário, diversos umuaramenses utilizam a bicicleta para locomoção diária, esporte e lazer e o pedido desse público seria a ampliação das ciclovias na cidade, principalmente na região central. No ano de 2018 só no relatório do Corpo de Bombeiros foram registrados 60 acidentes de trânsito envolvendo bicicletas.
Conforme o prefeito Celso Pozzobom, a administração municipal vem estudando a ampliação das ciclovias na cidade e o primeiro ponto a receber tal infraestrutura, com previsão para início de maio, seria a Avenida Ângelo Moreira da Fonseca, entre a saída para Xambrê até o encontro com a rodovia PR-323. O projeto será estendido para a avenida Rio Grande do Norte integrando com a ciclovia da Avenida Ângelo Moreira da Fonseca. “De acordo com cada projeto, o objetivo final é que as ciclovias interliguem toda a cidade, promovendo um anel de integração”, disse Pozzobom.
Conforme a assessoria de impressa da Prefeitura, a Umutrans, prevê no plano de mobilidade urbana mais de 30 quilômetros de novas ciclovias para cidade.
Um estudo publicado na primeira quinzena de 2018, realizado pelo Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap), avaliou possíveis impactos positivos da bicicleta no lugar de carros e ônibus. O resultado do levantamento mostrou que seria possível uma redução de R$ 34 milhões nas despesas do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações, por causa de diabetes ou doenças cardiovasculares.
Sem segurança nas ruas em meio aos carros, os ciclistas disputam espaço com os pedestres nas calçadas. Apesar de ser proibido, a resolução 706/2017, que permitiria que ciclistas e pedestres fossem multados, foi revogada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) nessa quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019. Com isso, está cancelada a medida que deveria valer a partir de hoje, 1º de março, em todo o território nacional.
Ministério da Infraestrutura informou que “o Conselho entendeu que o assunto exige discussões que envolvem engenharia, educação e fiscalização de trânsito. Antes de estabelecer sanções, deve-se promover efetiva campanha educativa para que todos os envolvidos no trânsito respeitem aqueles que são mais vulneráveis e que eles próprios saibam como ter uma atitude preventiva de acidentes”.
