Magrela em foco
A maior parte das pessoas aprende a andar de bicicleta na infância e a medida que envelhece, vai trocando a ‘magrela’ por uma moto ou um carro e ela vai ficando esquecida. Há cerca de um ano o casal Paulo e Sidinéia Bagão, morador de Altônia, tirou a poeira das bikes e colocou literalmente o pé na estrada.
Juntos já percorreram mais de 9 mil quilômetros pelas estradas da nossa região. O trajeto mais longo foi de 302 km, entre Altônia e o trevo de Naviraí, no vizinho Mato Grosso do Sul. “Fazemos bate e volta. Paramos apenas para tomar água e comer. Não ficamos em hotel para fazer essa distância”, relata o professor de História Paulo Bagão, que aos 62 anos incentiva a todos a praticar o ciclismo.
“É um exercício completo, nos fortalece e perdemos peso. Meu joelho vivia com problemas, hoje está fortalecido e acabou as dores. Minha esposa chegou ao peso que sempre quis andando de bicicleta. O ideal é começar devagar e ir aumentando os percursos de acordo com a sua capacidade. Vai forçar? Vai. Vai cansar? Vai. Mas se fosse para não se esforçar eu iria de moto e não de bicicleta”, afirma entre risos o ciclista, dizendo que todos podem se desafiar e que não é necessário bicicletas de ‘ponta’ e caras. “As nossas são bikes de entrada, mas baratas e pesadas. São 15 quilos cada”, complementou.
Ele salientou ainda que o preparo físico para enfrentar os mais de 100 km que fazem quasse diariamente foi obtido com alimentação equilibrada e academia para ajudar no preparo físico e do fôlego. “Mas o meu recado é que todos podem fazer, independente da idade. Só tem que ter vontade e não desistir”, disse o entrevistado.
Os percursos escolhidos são sempre por estradas asfaltadas, independente de terem acostamento na via ou não. “Por isso mesmo tomamos todos os cuidados para prevenir acidentes”. As bicicletas Caloi Vulcan dele e da esposa, a funcionária pública Sidinéia Bagão, são revisadas constantemente pelo próprio Paulo e contam com todas as sinalizações necessárias para garantir que os motoristas os visualizem, além do uso de roupas apropriadas que são refletivas. “Temos até o retrovisor que acompanhamos o tempo todo para vermos o comportamento do motorista”, ressaltou o professor.
Esses cuidados e sair sempre de madrugada para evitar o sol forte e o trânsito pesado faz com que o casal consiga pedalar diariamente. “Durante a semana os percursos são menores, mas nos fins de semana conseguimos fazer distâncias maiores”, afirmou. E tudo é mantido na ponta do lápis. O casal mantém anotado as datas e os percursos realizados e agora estão planejando um que chegue a 360 km. “Por causa da pandemia ainda não definimos a data, pois por causa da distância teremos que usar hotel para dormir e neste momento é mais complicado”, explicou Paulo Bagão.